Calendário Econômico: Inflação no Brasil, EUA dá tom em semana de balanços na B3
Investing.com — As tarifas globais de 25% sobre automóveis e peças estrangeiras recentemente confirmadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, estão prestes a perturbar o cenário automotivo global, desencadeando mudanças na produção, interrompendo vendas de ativos e pressionando margens em todas as regiões.
Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) esperam amplas reduções de ganhos e ajustes estratégicos à medida que as empresas reagem ao que chamam de "um fator negativo para o impulso dos lucros" das montadoras.
Fabricantes europeus e japoneses parecem especialmente vulneráveis. Analistas preveem cortes médios de ganhos de cerca de 30% para Toyota (NYSE:TM), Honda (NYSE:HMC) e a maioria das montadoras europeias, excluindo Volvo (ST:VOLVb).
Montadoras alemãs e Stellantis (NYSE:STLA) enfrentam reduções de aproximadamente 25% nas projeções de lucros para o ano fiscal de 2025 (FY25), impulsionadas principalmente pelas exportações de veículos para os EUA que agora estão sujeitas à tarifa completa.
Espera-se que as montadoras de mercado de massa tenham dificuldades para repassar custos mais altos, diferentemente das marcas premium e de luxo que podem preservar margens através de aumentos de preços. General Motors Company (NYSE:GM) e Ford (NYSE:F) enfrentam exposições diferentes, com a GM "pior posicionada de todas as empresas em nossa cobertura", segundo analistas do JPMorgan.
A montadora importa cerca de 40% de suas vendas de veículos nos EUA do Canadá e México, em comparação com apenas 7% da Ford. Analistas estimam que o custo total de tarifas da GM poderia atingir US$ 13 bilhões, enquanto o da Ford pode subir para US$ 4,5 bilhões.
Enquanto isso, a pressão sobre os fabricantes de caminhões dos EUA é agravada pela demanda em queda. "A entrada de pedidos na América do Norte tem desacelerado nos últimos meses devido à incerteza econômica criada pelas negociações tarifárias dos EUA", observaram os analistas, esperando que isso pese nos resultados do 2º tri.
Em resposta às novas tarifas, as montadoras estão acelerando esforços de localização. A Honda está transferindo a produção do Civic híbrido do México para Indiana.
A Volvo Cars está expandindo a produção na Carolina do Sul. A Mercedes Benz (ETR:MBGn) está considerando mudanças na produção nos EUA, enquanto a Volkswagen (ETR:VOWG_p) pausou importações e está trabalhando em planos de contingência de longo prazo.
Fornecedores asiáticos e latino-americanos também estão se ajustando. Tarifas sobre peças automotivas essenciais, incluindo transmissões e motores, provavelmente serão sentidas de forma desigual, com fornecedores como Aptiv (NYSE:APTV) vistos como mais vulneráveis.
Por outro lado, o JPMorgan vê empresas de peças com sede no Brasil relativamente bem posicionadas, dada sua exposição a veículos pesados e isenções sob o USMCA.
Embora as montadoras geralmente tenham boa capitalização, com índices de caixa líquido para vendas de aproximadamente 15%, a firma de Wall Street alerta que "paralisações de produção e altos níveis de estoque em trânsito" podem pressionar balanços e forçar atrasos em recompras de ações e dividendos no primeiro semestre.
No curto prazo, algumas alienações de ativos planejadas no setor automobilístico provavelmente serão suspensas devido à incerteza tarifária, enquanto se espera que as montadoras aumentem modestamente os gastos de capital para apoiar mudanças de produção do México para os EUA.
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