Nicósia, 18 mar (EFE).- O Parlamento do Chipre vota nesta segunda-feira o pacote de medidas aprovadas pelo Eurogrupo, que inclui um imposto para todos os depósitos privados, uma medida que desencadeou a ira popular e cuja aprovação não está garantida.
O debate está previsto para as 11h (de Brasília), se não houver novos contratempos, pois, inicialmente, deveria ter sido realizado no domingo.
O adiamento foi decidido após o rebuliço político e social provocado pela decisão do Eurogrupo de impor um imposto extraordinário de 9,9% a todos os depósitos superiores a 100 mil euros e de 6,7% aos inferiores a esta quantia.
De manhã, o presidente do Chipre, o conservador Nikos Anastasiadis, se reúne com seu gabinete e no começo da tarde com os líderes dos partidos.
A aprovação parlamentar não está garantida, já que o partido conservador de Anastasiadis, DISY, e seu parceiro, o centrista DIKO, só superam a maioria absoluta por um voto.
O resgate da dívida aprovado na madrugada do sábado desencadeou uma onda de ira entre a população.
Logo após a notícia, o povo saiu às ruas para retirar fundos de suas contas, mas os bancos cooperativos, os únicos que abrem durante o sábado, tinham recebido a proibição de permitir transferências bancárias.
Pouco depois, os bancos fecharam suas portas e as filas se mantiveram nos caixas automáticos, onde os cidadãos se preparavam para tirar o máximo permitido por dia, mil euros.
Em discurso televisado ontem à noite, o presidente afirmou que na reunião do Eurogrupo só havia duas opções: o resgate da dívida ou a quebra do sistema bancário.
Anastasiadis prometeu aos cidadãos que mantiverem seus depósitos no banco por um período superior a dois anos que o Estado devolverá a metade do imposto extraordinário e oferecerá um bônus sobre as futuras receitas com a exploração de gás natural.
O Chipre conta com enormes reservas de gás em suas águas territoriais e espera explorá-las nos próximos anos. EFE