Istambul, 16 ago (EFE).- O ministro de Finanças da Turquia, Berat Albayrak, anunciou nesta quinta-feira "políticas fiscais mais ajustadas", com cortes de despesas e esforços para melhorar o superávit primário, mas negou que seja necessário que o Fundo Monetário Internacional (FMI) resgate o país.
"Aplicaremos uma política fiscal mais ajustada; as reformas estruturais são a nossa prioridade", disse Albayrak em uma teleconferência com mais de 4 mil investidores internacionais, informou a emissora "CNNTürk".
Albayrak, genro do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que uma das prioridades será a "flexibilização do mercado de trabalho" e anunciou um "muito severo corte nos gastos públicos".
O investimento em grandes infraestruturas foi um dos eixos da política econômica do governo turco desde que Erdogan e o seu partido, o islamita AKP, chegaram ao poder em 2002.
Tudo isso, afirmou, com o objetivo de fortalecer o superávit primário.
O ministro ressaltou que "não há plano de comparecer ao FMI", uma saída que muitos especialistas consideram necessária para estabilizar a lira turca, que se desvalorizou em 30% neste ano.
"Nossa moeda não está exposta", afirmou Albayrak, que acrescentou que as empresas turcas "podem fazer frente às suas dívidas a curto prazo" e negou que tenha havido recentemente uma grande retirada de fundos dos bancos.
O ministro destacou que "a maior prioridade" é reduzir a inflação - atualmente aos 15% anualizados - e prometeu "reconduzi-la o mais rápido possível a números de um dígito".
"Na luta contra a inflação utilizaremos todas as táticas que o Banco Central precisar", prometeu Albayrak.
Os especialistas consideram que a principal arma para estabilizar a moeda turca é uma drástica alta dos juros, e temem que o fato de o Banco Central turco não usá-la usado mostre sua falta de independência frente a Erdogan, que se pronunciou reiteradamente contra qualquer alta dos juros.
O ministro de Finanças reiterou que não está previsto, em hipótese alguma, exercer um controle de capitais.