JACARTA (Reuters) - A Indonésia chamou de volta seu novo embaixador no Brasil depois de o país ter adiado a cerimônia de sua indicação, disse Jacarta neste sábado, em meio a estremecimentos das relações após a execução de um brasileiro acusado de tráfico de drogas.
Brasil e Holanda chamaram seus embaixadores da Indonésia, que tem uma das leis antidrogas mais estritas do mundo, depois que dois de seus cidadãos estiveram entre seis pessoas executadas por tráfego de drogas no mês passado.
A Indonésia também está envolvida em uma rusga diplomática com a Austrália sobre o destino de dois membros australianos de uma quadrilha de traficantes conhecida como "Bali Nine" que devem ser executados este mês.
A presidente Dilma Rousseff não recebeu na sexta-feira a credencial do embaixador da Indonésia, Toto Riyanto, que foi avisado de última hora que não seria recebido por Dilma no Palácio do Planalto, em meio a uma tensão entre os dois países. [nL1N0VU0V1]
"A maneira com a qual a chancelaria do Brasil repentinamente nos informou do adiamento... quando o embaixador designado já estava no palácio, é inaceitável para a Indonésia", disse o ministério.
Em resposta, o ministério chamou o embaixador no Brasil na noite de sexta-feira antes de retirar Riyanto. A embaixada do Brasil em Jacarta não foi encontrada para comentar a informação neste sábado.
"Como um Estado soberano democrático com sua própria soberania, sistema judiciário independente e imparcial, nenhum país estrangeiro ou parte pode ou deve interferir na implementação das leis da Indonésia em sua jurisdição, incluindo na aplicação das leis para combater o tráfego de drogas", disse o comunicado.
O presidente da Indonésia, Joko Widodo, negou clemência a traficantes de drogas, apesar dos pedidos de União Europeia, Brasil, Austrália e Anistia Internacional.
(Por Chris Nusatya)