Indústria processadora de soja do Brasil prevê aportes de R$5,9 bi nos próximos 12 meses

Publicado 22.09.2025, 08:03
Atualizado 22.09.2025, 08:08
© Reuters.

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A indústria processadora de soja do Brasil deverá investir R$5,9 bilhões nos próximos 12 meses, o que permitiria um aumento de cerca de 8% na capacidade de esmagamento da oleaginosa no país, à medida que o setor vem recebendo impulso da demanda por biodiesel, estimou nesta segunda-feira a associação Abiove.

Os aportes possibilitariam aumento de 6,2 milhões de toneladas/ano na capacidade de processamento do país, que está atualmente em 76,4 milhões de toneladas/ano, em um setor liderado por companhias como Bunge, ADM e Cargill.

O Brasil, maior produtor e exportador de soja, é o terceiro maior processador da oleaginosa, atrás da China e dos Estados Unidos, segundo dados do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Esse crescimento da indústria, se todo o investimento for confirmado, poderia elevar a capacidade do setor no Brasil para mais de 80 milhões de toneladas.

Segundo a Abiove, o aumento do processamento no Brasil está associado à demanda por biodiesel, cuja mistura obrigatória no diesel está em 15% atualmente e deve crescer nos próximos anos, conforme cronograma governamental. No país, o óleo de soja respondeu por mais de 75% da matéria-prima neste ano, segundo dados da reguladora ANP.

"O aumento da capacidade instalada mostra o dinamismo da indústria e a importância estratégica do setor para a economia brasileira", disse o diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da Abiove, Daniel Furlan Amaral, notando que a expansão tem acompanhado o avanço da produção agrícola e visa atender também a demanda por farelo de soja dos mercados interno e externo para produção de ração animal, além de outros biocombustíveis.

Para 2026, a safra brasileira de soja poderá crescer 3,6%, para um novo recorde de 177,67 milhões de toneladas, segundo previsão preliminar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgada esta semana.

A Abiove, que ainda não divulgou uma projeção para a safra do ano que vem, estima a produção de 2025 em cerca de 170 milhões de toneladas, aumento de 10% sobre o ano anterior. Do total, 58,5 milhões de toneladas serão processadas no país neste ano, um recorde, enquanto a maior parte, mais de 100 milhões de toneladas, vai para exportação em grão.

MENOS EMPRESAS PARADAS

Em comparação ao ano anterior, o número de empresas de processamento no Brasil subiu de 67 para 75, e as unidades industriais passaram de 132 para 144, afirmou a Abiove.

Esse aumento ocorreu apesar dos investimentos previstos no ano passado terem ficado um pouco abaixo das expectativas. A Abiove havia previsto em setembro de 2024 investimentos de R$5,76 bilhões em 12 meses, mas eles ficaram em R$4,5 bilhões, informou a entidade, sem dar outros detalhes.

Já o total de plantas ativas cresceu de 113 para 127, avanço de 12,4%, enquanto as unidades paradas caíram de 19 para 17, segundo dados da Abiove.

Em 2025, está ociosa uma capacidade equivalente a 3,87 milhões de toneladas de processamento ao ano, enquanto em 2024 a ociosidade representava cerca de 4,7 milhões de toneladas, segundo os números.

A região Centro-Oeste, maior produtora de soja, continua concentrando a indústria, sendo responsável por 44,4% da capacidade nacional de processamento. O Mato Grosso, principal Estado agrícola, tem 23% da capacidade.

 

(Por Roberto Samora)

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