Por Svea Herbst-Bayliss
BOSTON (Reuters) - O investidor bilionário Daniel Loeb intensificou no domingo a pressão sobre o grupo alimentício Nestlé, em uma carta que pediu ao conselho da empresa que seja mais "assertivo, ousado e rápido" em dividir os negócios e resolver a complexa estrutura de gestão.
"Esse é um pedido de urgência -- em vez de incrementalismo", disse a carta de Loeb, que veio junto com uma apresentação de 34 páginas com recomendações e críticas. O Third Point, fundo de hedge de 18 bilhões de dólares que investiu mais de 3 bilhões de dólares na Nestlé, também lançou um site para tratar do caso.
A carta de Loeb, vista pela Reuters, exigia que a Nestlé fizesse a cisão de mais negócios que não cabem na estratégia da empresa, incluindo sorvetes, comidas congeladas e confeitaria; se dividisse internamente em três divisões (bebidas, nutrição e mercearia) e adicionasse um membro externo ao conselho com conhecimento em alimentos e bebidas.
Cada divisão deveria ter seu próprio presidente-executivo, estrutura regional e liderança de markting, segundo Loeb. Isso "simplificaria a estrutura organizacional extremamente complexa (da Nestlé)", citava o documento.
A Nestlé não tinha comentário imediato sobre a carta.
As demandas de Loeb surgiram logo no primeiro aniversário do seu investimento na Nestlé e em um momento de atividade de fusão significativa na indústria alimentícia.
Por meses, o investidor que anteriormente pressionava por mudanças no Yahoo e na Dow Chemical, bem como em outras companhias, observou e teceu comentários públicos periodicamente sobre o novo presidente-executivo da Nestlé, Mark Schneider.
Mas em sua carta ele deixou claro que a Third Point não mais está disposta a manter as críticas privadas. O investidor criticou o lento crescimento das vendas da Nestlé, a queda dos preços da ação e o fracasso em vender mais negócios que não se encaixam na estratégia de "bem estar e nutrição saudável".
(Reportagem adicional por Rama Venkat Raman)