PARIS (Reuters) - Investidores que representam cerca de 1,35% do capital acionário da Total receberam bem as novas metas da petroleira em relação às mudanças climáticas, mas vão manter pressões com uma resolução que pede que a empresa faça mais no que diz respeito ao tema.
A Total anunciou na terça-feira que planeja atingir emissões líquidas zero em suas operações e em produtos vendidos a consumidores na Europa no máximo até 2050.
Ainda assim, o grupo de 11 acionistas, liderados pelo fundo de investimentos francês Meeschaert, vai apresentar uma resolução na assembleia geral da companhia, em 29 de maio, para fortalecer o compromisso da Total em atingir as metas estipuladas pelo Acordo Climático de Paris.
Os investidores disseram desejar que a Total amplie seu alvo de emissões líquidas zero em produtos de energia para consumidores de todo o mundo, e não apenas da Europa, e solicitaram um plano de ação detalhado.
A resolução já recebeu respostas positivas, de acordo com os acionistas, e a Total esclareceu alguns de seus objetivos rumo à neutralidade de carbono.
"Entretanto, o desafio climático não possui fronteiras... Esse primeiro passo, portanto, precisará ser reforçado em um plano de ação que atenda a objetivos concretos e exaustivos, incluindo as emissões de gases de efeito estufa pelo grupo, especialmente fora da Europa", disseram eles em comunicado.
O presidente do conselho e CEO da Total, Patrick Pouyanne, afirmou na terça-feira que a direção da empresa chegou a debater a chamada meta Scope 3 (que inclui gases de efeito estufa emitidos pelos combustíveis e produtos que a empresa vende aos consumidores), mas decidiu ser algo prematuro.
(Reportagem de Bate Felix e Leigh Thomas)