Dublin, 5 jul (EFE).- O governo irlandês leiloou nesta quinta-feira em bônus a três meses 500 milhões de euros a juros de 1,8%, no retorno do país ao mercado da dívida desde o resgate financeiro do país, em novembro de 2010.
Segundo afirmou hoje o ministro irlandês de Finanças, Michael Noonan, a emissão de dívida foi "um êxito" pois os juros ficaram dois décimos abaixo do previsto e o leilão representa um "marco" no "caminho rumo à recuperação do país".
Os bônus, que têm vencimento em 15 de outubro, são os primeiros leiloados desde setembro de 2010, dois meses antes da Irlanda aceitar uma ajuda de 85 bilhões de euros da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Os mercados reagiram positivamente a nossa sólida aplicação do programa até o momento, ao 'sim' no recente plebiscito sobre o acordo de estabilidade fiscal e à decisão tomada na cúpula europeia da semana passada de separar os vínculos negativos entre a dívida soberana e a dos bancos", declarou o ministro.
Noonan lembrou que o prêmio de risco da Irlanda se reduziu consideravelmente durante os últimos doze meses e está agora abaixo dos 500 pontos, o que reflete a crescente confiança dos investidores na economia do país.
O ministro afirmou que a Irlanda está se aproximando de seu objetivo de retornar aos mercados de dívida para obter financiamento através do leilão de bônus a longo prazo em 2013, quando terminará o programa de ajuda ao país.
"A receita obtida hoje são pequenas, mas representam um primeiro passo muito importante e seguiremos tomando todas as medidas necessárias para completar nosso programa e reduzir nosso déficit", garantiu.
Segundo os termos estipulados com a UE, a Irlanda esgota o prazo de seu resgate no final de 2013 e necessita reunir fundos neste ano para cobrir o pagamento de bônus de 8,3 bilhões de euros que vencem em janeiro de 2014.
A curto prazo, o Executivo de Dublin se comprometeu com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o FMI a reduzir neste ano seu déficit público para 8,6% do PIB através de um plano de ajuste avaliado em 4,2 bilhões de euros. EFE