Investing.com - O Itaú (SA:ITUB4) divulgou nesta sexta-feira a revisão do cenário da economia brasileira em 2018, mostrando que houve um forte impacto na atividade devido à paralisação dos caminhoneiros em maio, com corte na projeção do PIB em 2018 para 1,3%, de 1,7%, e aumento do desemprego em 0,1 p.p. para 12,3%.
O banco também destaca o avanço de 1,26% no IPCA em junho, resultado que ficou abaixo da estimativa dos analistas do Itaú (1,35%) e próximo da mediana das expectativas de mercado (1,28%). Em relação à previsão, o maior desvio veio dos combustíveis. A projeção preliminar para o IPCA de julho aponta alta de 0,35%, com a taxa em 12 meses subindo para 4,5%. Para o ano de 2018, a revisão foi para 4,1% para o IPCA, ante 3,8% no relatório anterior.
O banco destaca a queda da produção industrial em maio (-10,9%), projetando recuo de 3,2% nas vendas do varejo (conceito ampliado) para o mesmo mês. Para junho, os analistas apontam a evolução de importações, consumo de energia elétrica e licenciamento de veículos sinaliza normalização da atividade.
Na visão do Itaú, o persistente aperto das condições financeiras reduz a perspectiva de crescimento no segundo semestre. Tal aperto é evidenciado pela piora nos preços de ativos domésticos, tais como a elevação dos juros futuros, o aumento do CDS, a depreciação do Real e as quedas dos índices de ações. Essa variação dos preços dos ativos reflete um cenário externo mais complexo para países emergentes e incertezas domésticas com relação ao andamento das reformas fiscais.
Projeções
Devido a isso, o banco reduziu as projeções de crescimento do PIB de 1,7% para 1,3% em 2018 e de 2,5% para 2,0% em 2019. A revisão considera efeitos do aperto das condições financeiras e um impacto maior das paralisações no curto prazo.
Além disso, o banco eleva a projeção do desemprego, em linha com o menor crescimento do PIB. Com modelos que levam em conta o novo cenário de crescimento e as sensibilidades de diferentes tipos de ocupação em relação à atividade, elevamos a projeção de desemprego ao fim de 2018 de 12,2% para 12,3% e de 11,8% para 12,1% ao fim de 2019. A taxa de desemprego média projetada para 2018 sobe de 12,3% para 12,4% e, para 2019, sobe de 12,0% para 12,2%.
O câmbio foi revisado para R$ 3,90 no final do ano, contra R$ 3,70 na avaliação anterior, refletindo maiores riscos internos e externos.