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JBS investe em caminhões elétricos para distribuição de carga em grandes centros

Publicado 26.04.2022, 17:07
© Reuters. Instalações da JBS em Lapa, no Paraná
REUTERS/Ueslei Marcelino
JBSS3
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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A JBS (SA:JBSS3), maior produtora global de carnes, criou uma nova unidade de negócios dedicada ao aluguel de caminhões elétricos para distribuição de cargas refrigeradas ao varejo, em uma iniciativa que ajudará a companhia a avançar com seu plano de redução de emissões de carbono, além de reduzir custos logísticos no médio e longo prazo.

Batizada de No Carbon, a nova empresa da JBS já está operacional, com uma frota de 31 veículos urbanos de carga (VUCs) 100% elétricos. Inicialmente, eles estão sendo alugados a transportadoras prestadoras de serviços para a JBS, mas a ideia é expandir no futuro as operações para outras empresas interessadas em um transporte sem emissões.

Os veículos, produzidos pela chinesa Jac Motors, já operam distribuindo para o varejo produtos das marcas Friboi, Seara e Swift. Eles substituirão parte dos caminhões movidos a diesel que são usados hoje pelos prestadores de serviços logísticos do grupo.

Os VUCs são equipados com baús frigoríficos capazes de transportar até 4 toneladas de carga resfriada e congelada. A autonomia do veículo, nessa configuração, é de até 150 quilômetros/dia, o que o torna ideal para rodar nos centros urbanos, explicou à Reuters Armando Volpe, diretor executivo da No Carbon.

A frota elétrica está atendendo regiões dos Estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Distrito Federal, onde há disponibilidade de assistência técnica por parte da montadora e também pontos de recarga nos centros de distribuição da JBS.

No futuro, Volpe afirma que a empresa poderá expandir a frota e até mesmo abrir a locação dos veículos para outros players do mercado com alta demanda por serviços logísticos, como redes varejistas e de e-commerce.

"Ganhamos uma expertise nesse segmento que nos permite, daqui a um tempo, oferecer (essa solução) a outras empresas", disse o executivo, acrescentando que a evolução do negócio depende também de outras variáveis, como infraestrutura de assistência e recarga.

Mesmo com pouco tempo de operação, a companhia já vê interesse do mercado no negócio. "Os primeiros (caminhões) estão trabalhando há 60, 30 dias... o transportador que não tem caminhão elétrico está vindo nos procurar, porque ele vê que não tem problema, não precisa passar em posto de gasolina, procurar o preço do diesel."

O executivo preferiu não comentar sobre o investimento na criação da nova empresa.

Impacto ambiental e redução de custos

A eletrificação da frota usada pela JBS está alinhada ao compromisso do grupo de se tornar "net zero" em 2040, zerando o balanço líquido das emissões de gases de efeito estufa em toda sua cadeia de valor, disse à Reuters Susana Martins Carvalho, diretora executiva na JBS Novos Negócios.

A companhia calcula que cada caminhão elétrico evitará a emissão de cerca de 30 toneladas de gás carbônico equivalente na atmosfera por ano.

"A No Carbon será a primeira empresa brasileira especializada em aluguel de veículos elétricos de cargas frias... esse negócio se insere no nosso compromisso de sustentabilidade, principalmente no escopo 3", disse a diretora, referindo-se à classificação das emissões indiretas das operações de uma empresa.

© Reuters. Instalações da JBS em Lapa, no Paraná
REUTERS/Ueslei Marcelino

Além do impacto ambiental, a No Carbon representa também um potencial de redução de custos na ponta logística para a companhia, já que o veículo elétrico tem menor custo de manutenção do que um caminhão convencional, afirmou Volpe.

A companhia não informou quanto gasta atualmente com a distribuição de produtos por meio de caminhões a diesel, e qual seria o gasto com o uso do veículo elétrico.

"Se formos olhar só o valor do ativo, é muito mais caro... Só que você começa a ter outros benefícios, o caminhão elétrico tem muito menos peça, o que significa muito menos manutenção durante a vida dele, com muito menos perda de produtividade. Essa conta, no médio e longo prazo, fecha".

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