Por Gabriel Codas
Investing.com - Na tarde desta terça-feira as ações da JBS (SA:JBSS3) operam com perdas, em dia que é positivo para o mercado local de ações. Com a queda do dólar, empresas que tem parte significativa das receitas vindas do exterior, como os frigoríficos, têm desempenho negativo. Além disso, procuradores do trabalho em Santa Catarina estão movendo uma ação contra a companhia por suposta violação de direitos de trabalhadores indígenas, após 40 terem sido demitidos de uma vez pela empresa na cidade de Seara.
Às 14h30, as ações eram negociadas com perdas de 0,96% a R$ 21,75 por volta das 15h05. O Ibovespa registrava alta de 1,99% a 90.385 pontos.
Na ação civil pública iniciada na segunda-feira, os procuradores alegam que a empresa discriminou um grupo de trabalhadores oriundos da Terra Indígena Serrinha, Rio Grande do Sul, durante a pandemia de Covid-19.
Os procuradores pedem que a JBS reintegre os indígenas demitidos, e buscam pelo menos 10 milhões de reais em indenizações a serem integralmente revertidos para a população da comunidade afetada.
Não há decisão judicial ainda.
A JBS confirmou a demissão dos 40 empregados no começo de maio, alegando que o corte ocorreu em virtude da descontinuidade da linha de ônibus que fazia o transporte dos trabalhadores até a unidade, um trajeto de cerca de 300 quilômetros por trecho.
A empresa negou qualquer discriminação e afirmou que as demissões foram feitas sem justa causa e com o pagamento integral de todas as verbas indenizatórias previstas em lei.
Também acrescentou que a unidade de Seara emprega 3.700 funcionários, sendo 200 deles membros de comunidades indígenas.
Os trabalhadores indígenas da unidade estão afastados preventivamente conforme orientação das autoridades de saúde locais em meio à pandemia de Covid-19, disse a JBS.
A Terra Indígena Serrinha teve pelo menos dois casos de Covid-19 confirmados, segundo alegado pelos procuradores na ação. Os procuradores não confirmaram onde exatamente os indígenas doentes trabalhavam.
Ao menos uma mulher grávida estava entre os empregados indígenas demitidos, segundo o alegado na ação.
“Foram dispensados em um período crítico, em que a recolocação no mercado de trabalho é pouco provável até que a pandemia seja controlada, o que não se sabe quando ocorrerá”, afirma o documento.