Por Senad Karaahmetovic
O JPMorgan (NYSE:JPM) está ficando cada vez mais cauteloso com as ações no próximo ano, devido aos riscos crescentes de recessão. Os principais estrategistas de ações do banco veem mais fraqueza no ano que vem, devido a um aperto excessivo da política monetária.
Eles recomendaram uma redução maior do risco em carteira, em vista da perspectiva fraca para os mercados em 2023.
“Mudamos nossa alocação em ações de 'acima da média’ para moderadamente ‘abaixo da média’, reduzindo o risco em commodities, aumentando as alocações em títulos corporativos e caixa. No portfólio de crédito, temos predileção por títulos de grau elevado, em vez de papéis especulativos”, escreveram em nota aos clientes.
Os estrategistas também esperam que as mínimas deste ano possam ser testadas novamente no início do ano que vem, devido a uma correção dos ativos de risco. Eles acreditam ainda que os bancos centrais gerarão mais volatilidade de mercado, antes de serem forçados a “reverter o rumo”.
“A boa notícia é que os bancos centrais provavelmente serão forçados a mudar de postura e cortar os juros em algum momento do ano que vem, o que resultará em uma recuperação sustentada dos preços dos ativos e, consequentemente, da economia até o fim de 2023. No entanto, para que essa mudança ocorra, precisamos ver primeiro alguma combinação de deterioração econômica, aumento do desemprego, volatilidade do mercado, declínio nos níveis de ativos de risco e queda da inflação”, complementaram.
Esse tipo de ambiente aumentou o risco de queda no curto prazo. Os estrategistas veem um ambiente melhor para as ações no segundo semestre de 2023, quando os mercados devem começar a voltar suas atenções para a perspectiva de melhora na economia e nos fundamentos corporativos.
Até lá, o mercado acionário deve cair em relação aos níveis atuais, visão também compartilhada pelos estrategistas de ações do Morgan Stanley (NYSE:MS) e do Bank of America (NYSE:BAC).