Fique por dentro das principais notícias do mercado desta sexta-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 26.09.2025, 08:12
© Reuters.

Investing.com – Os índices futuros das bolsas nos Estados Unidos avançavam nesta sexta-feira, em meio à expectativa pela divulgação de um importante indicador de inflação, que pode direcionar a trajetória da política monetária do Fed até o fim do ano.

O presidente Donald Trump também anunciou uma nova rodada de tarifas, incluindo a aplicação de impostos sobre medicamentos patenteados e de marca. Reportagens da imprensa acrescentaram que sua administração avalia medidas para reduzir a dependência do país de importações de semicondutores.

No Brasil, as duas principais companhias aéreas do país encerram negociação de fusão, enquanto os investidores aguardam novos dados econômicos para determinar os próximos passos da política monetária.

1. Futuros em alta em Wall Street

Os contratos futuros de ações em Nova York operavam em campo positivo nesta manhã, enquanto investidores aguardavam os números de inflação e digeriam o anúncio de novas tarifas comerciais feitas por Trump.

Às 7h02 de Brasília, o contrato futuro do Dow Jones subia 73 pontos, ou 0,2%, o S&P 500 avançava 9 pontos, também 0,1%, e o Nasdaq 100 registrava ganho de 16 pontos, igualmente 0,1%.

Na véspera, os principais índices recuaram diante de dados econômicos robustos, como a queda nos pedidos semanais de seguro-desemprego e a revisão para cima do PIB do segundo trimestre. Esses resultados reduziram as apostas de cortes adicionais de juros pelo Fed no restante de 2025, enquanto os rendimentos dos Treasuries de curto prazo subiram. Como de costume, yields e preços se movem em direções opostas.

Entre os destaques corporativos, os papéis da Jabil recuaram mesmo após a companhia de componentes eletrônicos divulgar projeções de lucro e receita acima do esperado para o exercício fiscal de 2026. Analistas ressaltaram que o desempenho da Jabil, assim como o da Micron no início da semana, não atingiu o nível de expectativa do mercado, reduzindo parte do otimismo em torno da inteligência artificial.

2. PCE à frente

O foco dos investidores se volta agora para a divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal (PCE) de agosto, indicador amplamente monitorado pelo Fed para avaliar pressões inflacionárias na maior economia do mundo.

As projeções de economistas apontam para alta mensal de 0,2% no núcleo do PCE, mantendo o ritmo anualizado de 2,9% observado em julho.

Autoridades do banco central vêm destacando a necessidade de calibrar a política monetária de modo a equilibrar o risco de inflação persistente com sinais de desaceleração no mercado de trabalho. Segundo a ferramenta FedWatch da CME, os traders precificam cerca de 88% de chance de corte de 25 pontos-base na reunião de outubro e 62% de probabilidade de novo ajuste em dezembro.

“Os números revisados do PIB e a queda nos pedidos de auxílio-desemprego reforçam a dificuldade de se formar consenso sobre cortes adicionais de juros. Uma leitura moderada do PCE nesta sexta-feira não será suficiente para mudar esse quadro”, afirmaram analistas do ING em relatório, acrescentando que o payroll da próxima semana “deve ter maior peso”.

3. Trump anuncia tarifas sobre medicamentos e pode exigir mais produção local de semicondutores

As ações de farmacêuticas europeias e asiáticas recuaram após Trump anunciar tarifas de 100% sobre medicamentos de marca e patenteados, em pacote que passa a valer a partir de 1º de outubro.

Na Europa, Novo Nordis, Roche, Novartis e AstraZeneca operaram em queda. Na Ásia, Samsung Biologics, SK Biopharmaceuticals e Sumitomo Pharma estiveram entre as mais pressionadas.

O pacote inclui ainda tarifas de 25% sobre caminhões pesados, além de impostos sobre armários de cozinha e móveis estofados. Trump afirmou que as medidas buscam proteger a indústria doméstica e a segurança nacional.

Para analistas da Capital Economics, o anúncio “reforça que, mesmo diante de avanços em tarifas recíprocas entre países, medidas específicas por produto seguem como risco permanente”.

O setor de tecnologia também foi afetado após reportagem do Wall Street Journal indicar que a Casa Branca avalia exigir que companhias norte-americanas de tecnologia equiparem sua produção doméstica de semicondutores às importações, sob pena de tarifas adicionais.

A perspectiva de redução da demanda por chips estrangeiros pressionou fabricantes internacionais. As ações da ASML caíram no início do pregão europeu, enquanto ASM International e Infineon recuaram mais de 1%.

Na Ásia, a TSMC chegou a cair 2% antes de estabilizar, Samsung Electronics perdeu 3,3% e SK Hynix cedeu 5,6%.

4. Ouro se estabiliza

O ouro se manteve estável após corrigir levemente das máximas históricas recentes, sustentado pela busca por ativos defensivos em meio à escalada tarifária dos EUA.

A expectativa pela leitura do PCE também ajudava a manter o metal em patamar elevado, já que uma inflação persistente pode limitar o espaço para cortes de juros pelo Fed.

Ainda assim, o ouro acumulava ganhos na semana, após uma sequência de recordes recentes apoiados pelas perspectivas de ajustes monetários adicionais neste ano. O metal tende a apresentar desempenho superior em cenários de custos de financiamento mais baixos.

Nos demais mercados, o petróleo avançava e caminhava para expressivo ganho semanal, em resposta a ataques contra infraestrutura energética da Rússia e à queda inesperada dos estoques de petróleo bruto nos EUA, fatores que apertaram as condições de oferta.

5. Gol e Azul encerram negociações; política monetária em foco no Brasil

A Gol (BVMF:GOLL54) e a Azul (BVMF:AZUL4) anunciaram o fim das negociações de fusão iniciadas em 2024, que poderiam criar uma companhia com 60% do mercado doméstico. A decisão, comunicada pela controladora Abra, inclui a rescisão de acordos de cooperação e codeshare, embora a GOL tenha garantido a validade dos bilhetes já emitidos.

Ambas as empresas seguem em processos de reorganização e mantêm planos de expansão, enquanto o governo destacou que a presença de três grandes companhias (GOL, Azul e Latam) preserva a competitividade do setor. Em 2024, juntas, GOL e Azul transportaram 57,4 milhões de passageiros, contra 35 milhões da Latam.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, avaliou o desfecho como reflexo do fortalecimento do setor aéreo, com impacto positivo no turismo e na conectividade do país.

Quanto ao cenário econômico do país, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e o diretor de Política Monetária, Diogo Abry Guillen, destacaram ontem, durante a coletiva de apresentação do Relatório de Política Monetária, que o cenário internacional segue incerto, com inflação resistente e políticas monetárias em diferentes direções.

Na avaliação da autoridade monetária, a atividade econômica mostra sinais de moderação, enquanto o mercado de trabalho permanece aquecido, com baixo desemprego e alta rotatividade.

Na coletiva, foram destacadas quedas pontuais em alimentos e bens industriais, mas o IPCA segue acima da meta, o que sustenta a necessidade de juros elevados e de postura cautelosa na condução da política monetária.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2025 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.