Palma de Mallorca (Espanha), 14 mar (EFE).- O juiz José Castro, do tribunal de Palma de Mallorca, rejeitou nesta quinta-feira os recursos apresentados pelo genro do rei da Espanha, Iñaki Urdangarin, e seu ex-sócio, Diego Torres, contra a fiança de quase 8,2 milhões de euros (R$ 20,8 milhões) que foi estabelecida.
A fiança está fixada para cobrir as responsabilidades pecuniárias dos acusados no processo pelo suposto desvio de 6,1 milhões de euros (R$ 15,4 milhões) de verbas públicas através do Instituto Nóos, uma ONG sem fins lucrativos.
Em um auto ditado hoje, o magistrado do Juizado de Instrução de Palma de Mallorca desprezou os argumentos contra a fiança imposta, com caráter solidário, aos antigos sócios responsáveis pelo Instituto Nóos.
Os advogados de Urdangarin, Mario Pascual Vives, e de Torres, Manuel González-Peeters, apresentaram, cada um, recursos contra a fiança imposta.
O juiz negou que sua declaração esteja causando "quebra no direito à defesa" de Urdangarin, como tinham afirmado seus advogados.
A defesa do genro do rei acusou o juiz de "inclusão parcial, tendenciosa e fora do prazo do conteúdo de determinados documentos" e declarações de testemunhas. Castro replicou ao dizer: "selecionei os dados que estimei serem relativos a indícios de criminalidade".
Castro determinou a fiança no último dia 30 de janeiro em um auto de mais de 500 páginas no qual deu aos acusados um prazo para o pagamento, mas nenhum dos dois o fez, por isso deu início ao processo que pode resultar em um embargo de propriedades.
Além disso, o juiz emitiu hoje uma providência na qual, entre outras medidas, ordena a suspensão das declarações de Robert Cockx, cidadão belga indicado pelos investigadores como suposto testa-de-ferro, e Mario Sorribas, ex-secretário do Nóos, previstas para o dia 19 de março em Madri e para o dia 21 de março em Barcelona.
O adiamento, até datas que ainda serão estabelecidas, responde a um pedido dos representantes de Cockx e Sorribas.
Na mesma providência, o magistrado cita a declaração como testemunha, para a próxima segunda-feira, de Antonio Ballabriga, ex-diretor do projeto de organização dos Jogos Europeus de 2006 em Valência.
Ballabriga era acusado no processo até outubro do ano passado, quando seu envolvimento foi suspenso por falta de provas da sua "intervenção decisória e cumplicidade consciente nos acordos públicos supostamente criminosos que são investigados". EFE