Por Daniel Wiessner
(Reuters) - Uma juíza federal na Califórnia rejeitou nesta quarta-feira um processo acusando a rede social X de forçar a saída dos funcionários com deficiência, depois que Elon Musk assumiu o controle da empresa e proibiu o trabalho remoto.
A juíza distrital Araceli Martinez-Olguin, de San Francisco, disse que o demandante na ação coletiva de 2022, Dmitry Borodaenko, não foi capaz de demonstrar como a ordem de Musk para retorno ao escritório causou impactos específicos aos funcionários com deficiência. A juíza deu quatro semanas para adição de um adendo ao processo com alegações mais detalhadas.
Borodaenko, ex-gerente de engenharia e sobrevivente de câncer, afirma que foi demitido logo depois que Musk comprou a rede X, antes chamada de Twitter, por se recusar a voltar ao escritório durante a pandemia de Covid-19. O processo alega que X quebrou a lei federal que demanda que empregadores acomodem as deficiências de seus funcionários.
Musk disse em um memorando aos funcionários da empresa, em novembro de 2022, que eles deveriam estar preparados para trabalhar "por longas horas em alta intensidade" ou se demitirem. Depois postou em sua rede dizendo que era "moralmente errado" trabalhar de casa.
Martinez-Olguin disse nesta quarta-feira que a proibição ao trabalho remoto não equivale à discriminação por deficiência.
"A teoria de Borodaenko se baseia na suposição de que todos os funcionários com deficiência precisam, necessariamente, do trabalho remoto como uma acomodação necessária”, escreveu Martinez-Olguin.
O processo é um dos vários que ex-funcionários apresentaram nos meses seguintes à aquisição de 44 bilhões de dólares feita por Musk, que foi seguida pelo corte de 75% da força de trabalho da companhia.