🧐 ProPicks IA de Outubro está agora atualizada! Veja a lista completa de açõesAções escolhidas por IA

Juros sobem com pressão do câmbio, petróleo e do risco fiscal

Publicado 01.04.2021, 15:00
Atualizado 01.04.2021, 18:10
© Reuters.  Juros sobem com pressão do câmbio, petróleo e do risco fiscal
USD/BRL
-
CL
-

A curva de juros terminou a quinta-feira com taxas intermediárias e longas em alta e a semana da Páscoa com ganho de inclinação em torno de 20 pontos-base. Num ambiente de forte aversão ao risco fiscal, com a questão do Orçamento ainda mal resolvida, pesaram sobre os negócios o avanço do dólar, do petróleo e os receios com a evolução da covid-19, em meio aos sucessivos recordes diários de casos e mortes no País, que vão minando a expectativa de uma solução a curto prazo. Mas como a curva já vem há dias muito inclinada e também comparado ao nível da pressão do câmbio, o avanço das taxas foi considerado "normal" para o padrão recente, até porque o comportamento dos Treasuries nesta quinta ajudou. O Tesouro trouxe oferta maior de títulos no leilão, mas como foi concentrada em papéis curtos, não adicionou grande risco ao mercado.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 4,625%, de 4,605% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025 subiu de 8,066% para 8,20%. O DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 8,79% no fim da sessão regular, ante 8,704% no ajuste anterior.

O dia não teve um fator específico a justificar o comportamento da curva, explicado pelo clima doméstico ruim que vem pressionando os ativos há meses, somado ao desempenho negativo do real e o salto de 3% nos preços do petróleo. Segundo um gestor, é uma combinação "bombástica" para a inflação, na medida em que pode suscitar novos reajustes nos preços internos de combustíveis.

Por outro lado, os sinais de fraqueza da atividade, e que podem influenciar nas próximas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), vieram nesta quinta em duas frentes. Pela manhã, a produção industrial de fevereiro caiu 0,7% ante janeiro, quando a mediana das estimativas era de alta de 0,5%, e as expectativas para março e abril são pessimistas, em meio à paralisação de várias unidades do setor automobilístico e aperto das restrições ao comércio e serviços no País.

À tarde, o Ministério da Economia informou que o superávit da balança comercial de março foi de US$ 1,482 bilhão - abaixo do piso das estimativas de US$ 1,57 bilhão - e no primeiro trimestre de US$ 1,648 bilhão, os piores resultados para o período desde 2015.

Do ponto de vista fiscal, preocupam tanto a escalada da covid-19 na medida em que pode exigir mais ajuda do governo como também o imbróglio em torno do Orçamento, que não terminou com a promessa de corte de R$ 10 bilhões de emendas parlamentares para recompor o valor subestimado das despesas obrigatórias no texto aprovado pelo Congresso.

"O descumprimento do teto dos gastos públicos em 2021 é iminente, caso governo e o Congresso não consigam cortar R$ 20 bilhões e, com revisão para baixo do crescimento econômico e taxa de juros mais elevadas na margem, as estimativas da relação dívida/PIB devem seguir em alta", afirma o economista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.