SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de engenharia OAS informou nesta segunda-feira que a Justiça do Estado de São Paulo interrompeu o julgamento de recursos movidos por credores contra o plano de recuperação judicial da empresa, depois que o desembargador Fábio Guidi Tabosa Pessoa pediu vista.
Segundo a OAS, 19 recursos dos credores foram suspensos com o pedido de vista de Tabosa, os demais desembargadores anunciaram que estão prontos para votar o caso. O julgamento das demandas dos credores deve ser retomado na próxima sessão da 2a Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo, em 31 de outubro.
O julgamento já havia sido adiado em 19 de setembro. Os credores, nacionais e estrangeiros, alegam que o plano de recuperação da OAS é injusto com eles.
"Um novo adiamento frustra tanto a empresa como os credores. Estamos ansiosos para que esta etapa do processo de recuperação chegue ao fim e possamos nos dedicar integralmente às operações", disse em comunicado à imprensa o diretor financeiro da OAS, Josedir Barreto.
"São elas (operações da empresa) que vão assegurar os recursos necessários ao cumprimento dos compromissos previstos no plano de recuperação. Por isso, esperamos que o julgamento seja retomado o quanto antes", acrescentou.
O plano de recuperação da OAS foi aprovado em assembleia de credores em dezembro do ano passado. Segundo a empresa, dos 3 mil credores, 19 recorreram à Justiça para alterar a repactuação sancionada naquela ocasião, sob o argumento de que as condições de pagamento estipuladas para os credores de mesma classe apresentavam distinções entre si.
A OAS afirma que obteve cinco novos contratos desde o pedido de recuperação judicial no final de março do ano passado. A empresa tem 66 obras em andamento e prevê faturamento de 4,4 bilhões de reais neste ano.