RIO DE JANEIRO (Reuters) - A petroleira australiana Karoon afirmou em nota nesta quarta-feira que mantém seu interesse em comprar o campo de Baúna, em águas rasas da Bacia de Santos, da Petrobras (SA:PETR4), após a petroleira brasileira reofertar a área ao mercado.
Em outubro de 2016, a Petrobras chegou a anunciar ao mercado que estava em negociações com a australiana para a venda de participação nos campos de Baúna e de Tartaruga Verde.
No entanto, diversos fatores levaram ao cancelamento das negociações e a retirada da oferta do ativo ao mercado pela Petrobras.
Na terça-feira, a petroleira brasileira iniciou a etapa de divulgação da oportunidade de desinvestimento referente à venda da totalidade de sua participação em Baúna.
"Baúna continua sendo uma oportunidade de interesse para a Karoon e, devido à proximidade da posição de área existente da Karoon, ofereceria a possibilidade de sinergias operacionais relevantes", disse a Karoon.
No passado, uma ação impetrada por um sindicato de petroleiros suspendeu o processo de venda de Baúna. Depois disso, a Petrobras cancelou a venda, alegando a desistência de uma possível parceira da Karoon, a também australiana Woodside Petroleum.
AVANÇOS NO BRASIL
A Karoon informou ainda nesta quarta-feira que apresentou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) o Relatório Final de Avaliação de Descoberta (RFDA) dos cinco blocos que detém na Bacia de Santos juntamente com Declaração de Comercialidade dos campos de Echidna e Kangaroo.
A expectativa da empresa é que o RFDA seja aprovado pela autarquia em 60 dias.
A companhia, como operadora, informou que apresentará um plano de desenvolvimento dentro de 180 dias após avaliação da declaração de comercialidade. A decisão final de investimentos está programada para o final de 2018.
"Embora a declaração de comercialidade seja em grande parte processual por natureza, este é um passo importante para se chegar a uma decisão final de investimento", disse em nota à imprensa o diretor-executivo da Karoon, Robert Hosking.
A empresa ressaltou que a apresentação destes documentos, que ocorreu na terça-feira, marca o fim da fase exploratória destes campos, que dependem agora da aprovação da ANP para que haja o início da fase de desenvolvimento e produção.
A companhia também iniciou processo de licitação para serviços nestes campos.
(Por Marta Nogueira)