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KKR enfrenta batalha com vendedores de provedor brasileiro de dados, dizem fontes

Publicado 12.10.2016, 19:15
Atualizado 12.10.2016, 19:20
© Reuters.  KKR enfrenta batalha com vendedores de provedor brasileiro de dados, dizem fontes
BBDC4
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Por Tatiana Bautzer

SÃO PAULO (Reuters) - A malfadada aquisição pela KKR de um provedor brasileiro de centros de dados tem envolvido a empresa de private equity numa batalha com os vendedores e também com um financiador chave, à medida que a companhia luta para desfazer a transação nos seus próprios termos.

O primeiro investimento direto da KKR no Brasil, que entrou em recessão profunda no ano em que a aquisição foi finalizada, mostra os perigos dessas operações na maior economia da América Latina, especialmente para investidores estrangeiros menos familiares com a forma como o país funciona.

No confronto relacionado à Aceco TI, com sede em São Paulo, a KKR acusa os ex-proprietários de encobrir propinas e fraudes contábeis no momento da venda em 2014. Com o resultado da disputa pendente, a empresa de private equity suspendeu os pagamentos dos empréstimos bancários para o acordo, enfurecendo o Bradesco (SA:BBDC4), um financiador chave, segundo pessoas que acompanham o impasse.

Enquanto a KKR culpa as supostas irregularidades pela queda nos rendimentos e lucros da Aceco desde a aquisição, os vendedores, a General Atlantic, empresa de private equity rival, e a família Nitzan, fundadora da Aceco, afirmam que o problema é mau gerenciamento e o momento ruim.

Num e-mail para a Reuters, Jorge Nitzan, ex-executivo-chefe da Aceco, negou as acusações de irregularidades e disse que o “momento do investimento (da KKR) não poderia ter sido pior e foi agravado por mau gerenciamento posterior à aquisição”.

“Agora, a KKR está tentando desfazer o acordo e culpar os outros pela aquisição mal programada”, afirmou Nitzan, em um comunicado.

Kristi Huller, porta-voz da KKR, afirmou em comunicado que “irregularidades gerenciais” foram a causa real dos problemas da Aceco.

A KKR buscou uma arbitragem com os vendedores meses atrás, argumentado que o fato de eles não terem divulgado a suposta fraude contábil deveria permitir que o acordo fosse revertido e que a empresa recebesse o seu dinheiro de volta.

Contudo, a sua recusa de seguir com os encargos dos empréstimos para a aquisição de 1,5 bilhão de reais enquanto a arbitragem está pendente pode representar um tiro pela culatra.

O Bradesco recentemente vendeu uma grande parte do empréstimo que serve de base para o acordo para uma empresa controlada pelos Nitzan, chamada NTS, que por sua vez tomou a iniciativa de usar o crédito para retomar o controle da companhia, afirmaram fontes.

A recusa da KKR de pagar o Bradesco, a principal fonte brasileira de financiamento de fusões, mostra como relações antes amistosas com financiadores brasileiros se desgastam, à medida que acordos firmados durante os anos de crescimento econômico se desfazem, e empresas de private equity renegociam empréstimos ou, nesse caso, não pagam.

Representantes de mídia do Bradesco e da General Atlantic negaram-se a comentar o assunto.

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