Por Claudia Violante
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar fechou novamente em baixa e voltou ao patamar de 3,13 reais, marcando a quinta sessão consecutiva em queda nesta quarta-feira e acompanhando a cena externa diante de avaliações de que o futuro comandante do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode ser alguém menos conservador do que o esperado.
O dólar recuou 0,47 por cento, a 3,1314 reais na venda, menor patamar desde 22 de setembro (3,1276 reais), acumulando em cinco pregões queda de 1,93 por cento.
Na mínima do dia, a moeda foi a 3,1229 reais e, na máxima, a 3,1403 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,40 por cento no final da tarde.
"A lista de Donald Trump (presidente dos EUA) para a eventual sucessão de Janet Yellen à frente do Fed não estaria tão limitada ao Kevin Warsh, (que) tem um viés mais 'hawkish'", escreveu a H.Commcor Corretora.
No exterior, o dólar recuava frente a uma cesta de moedas, afastando-se da máxima de sete semanas, depois da notícia de que o diretor do Fed Jerome Powell seria preferido, em vez do ex-diretor Kevin Warsh, pelo secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, para assumir o Fed. Tanto Warsh quanto Powell foram entrevistados na Casa Branca na semana passada.
Um candidato menos conservador pode não elevar tanto os juros nos Estados Unidos, o que tente a não abalar muito a atratividade de mercados emergentes, que geram rendimentos melhores.
Internamente, a bem-sucedida operação de emissão de bônus denominados em dólares pelo Tesouro Nacional na véspera também aliviou o dólar nesta sessão.
O governo brasileiro emitiu 3 bilhões de dólares em título com vencimento em 10 anos, o Global 2028, com taxa de 4,675 por cento ao ano. Na operação anterior, em março, o Tesouro emitiu 1 bilhão de dólares do Global 2026, com taxa de 5 por cento ao ano.
Embora os profissionais avaliem que a tendência é de baixa no médio prazo do dólar, a proximidade do patamar de 3,10 reais pode atrair compradores.