Por Dhirendra Tripathi e Ana Julia Mezzadri
Investing.com -- As ações dos EUA recuaram um pouco na quinta-feira após os pedidos semanais de auxílio-desemprego terem caído para o nível baixo em cerca de 18 meses, aliviando os receios de um atraso na recuperação econômica, porém alimentando preocupações sobre o fim dos estímulos.
Os dados semanais do Department of Labor mostraram que os pedidos iniciais de auxílio-desemprego caíram para 310.000 na semana terminada em 4 de setembro, o patamar mais baixo desde meados de março de 2020, quando a pandemia começou.
O Federal Reserve se reúne no final deste mês para sua próxima discussão sobre política monetária, embora muitos acreditem que o banco não anunciará o início da redução gradual das suas compras de títulos até o final deste ano.
Dados mornos sobre contratações em agosto, além de evidências de um recuo em viagens e jantares em restaurantes após um aumento nos casos do coronavírus neste verão vêm disputando as manchetes com o aumento dos preços.
Em termos de ações individuais, as fabricantes de vacinas foram alavancados na quinta-feira em antecipação ao esperado anúncio do Presidente Joe Biden de que funcionários e terceirizados do governo federal deverão ser vacinados.
Biden está encorajando mais empregadores em todo o país a implantar exigências de vacinação para seus funcionários, além de incentivar protocolos de testes. Muitas empresas, incluindo a Microsoft Corporation (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34), adiaram novamente a data em que os funcionários voltariam a trabalhar em seus escritórios.
A sexta-feira deve ser um dia tranquilo para os mercados dos EUA, com Wall Street e o país parando para refletir sobre os 20 anos desde os ataques de 11 de setembro de 2001.
No Brasil, porém, o dia não deve ser tranquilo, com o mercado e as instituições devendo continuar a repercutir a nota divulgada por Bolsonaro no fim da tarde de quinta-feira, que fez com que o Ibovespa passasse a subir e o dólar a cair.
Aqui estão quatro coisas que podem afetar os mercados amanhã:
1. Nota de Bolsonaro
A nota pacificadora do presidente Jair Bolsonaro, divulgada no fim da tarde de quinta-feira, deve continuar impactando os mercados. No texto, o presidente diz que "nunca teve nenhuma intenção de agredir quaisquer dos Poderes" e que "sempre esteve disposto a manter diálogo permanente". Bolsonaro afirmou ainda que suas palavras "por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum".
Depois da nota, o Ibovespa, que vinha caindo, passou a subir e fechou o dia em alta de 1,7%, aos 115.360,86 pontos. O dólar, por sua vez, mudou de direção e passou a cair, terminando o pregão em baixa de 2%, a R$ 5,22.
VEJA TAMBÉM: Ibovespa dispara e volta aos 116 mil pontos com nota pacificadora de Bolsonaro
A sexta-feira também será dia de divulgação das vendas no varejo de julho. A expectativa do mercado é de alta de 0,7%, contra recuo de 1,7% no mês anterior. No acumulado de 12 meses, espera-se que as vendas alcancem 3,5%, ante 6,3% na última divulgação.
2. Kroger
Espera-se que a Kroger Company (NYSE:KR), rede gigante de supermercados, anuncie lucro por ação de US$ 0,63 sobre receitas de US$ 30,63 bilhões no segundo trimestre. Os analistas estarão atentos aos comentários da empresa sobre contratações e condições de trabalho, bem como o aumento nos preços dos alimentos e os desafios logísticos.
3. Preços ao produtor
Os preços ao produtor ou no atacado dos EUA, uma medida da inflação antes que bens e serviços cheguem ao consumidor final, provavelmente se resfriaram em agosto, com a expectativa que tenham subido 0,6% após o salto de 1% em julho. Antes disso, o índice havia subido em série nos meses anteriores.
Espera-se que a chamada inflação central ao nível atacadista, que exclui os custos voláteis de alimentos e energia, apresente um avanço de 0,5% em agosto, depois de também ter aumentado 1% no mês anterior. Ambos os relatórios serão divulgados às 9h30.
4. Estoques no atacado
O Departamento do Censo dos EUA divulgará na sexta-feira seus dados de estoques totais nos comerciantes atacadistas. Eles haviam subido 0,6%, para US$ 636,3 bilhões, em julho. Esse relatório sai às 11:00h.