Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Um grupo internacional de investidores da Petrobras (SA:PETR4) informou nesta terça-feira que entrou com um processo contra a petroleira no Tribunal Distrital de Roterdã, na Holanda, em busca de ressarcimento após perdas financeiras com ações da empresa devido ao escândalo de corrupção investigado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
O grupo formado por entidades, investidores e escritórios de advogados criou no início do ano passado uma fundação, chamada de Stichting Petrobras Compensation Foundation, para buscar benefícios para investidores fora dos Estados Unidos que perderam dinheiro com papeis da companhia.
O alvo do processo são perdas registradas na Bovespa e outros mercados relacionados, como o Latibex, em Madri, além de alguns títulos emitidos em euro, libras e dólares pela subsidiária Petrobras Global Finance.
Em um documento de 172 páginas arquivado junto à Justiça, o grupo alega que os investidores perderam bilhões de dólares, euros e reais, devido a "significativas" baixas contábeis em ativos e a um "declínio acentuado dos preços das ações da empresa".
A escolha da Holanda para a ação, segundo o grupo, deu-se porque o país é sede da Petrobras Global Finance B.V. e outras entidades e divisões da Petrobras.
O grupo também destacou que o sistema jurídico holandês estabeleceu precedente para investidores internacionais que buscam compensação por fraude e violações das leis que regem os mercados de ações.
A Petrobras confirmou no início da noite que suas subsidiárias Petrobras International Braspetro e Petrobras Global Finance foram citadas em ação judicial na Corte de Roterdã, na Holanda, mas não forneceu maiores detalhes.
"A Petrobras ainda não foi citada para apresentar defesa, mas informa que adotará todas as medidas necessárias em prol dos seus interesses e de seus investidores", afirmou a companhia em comunicado ao mercado.
As ações movidas contra a Petrobras nos Estados Unidos, que consideram apenas perdas em ações depositárias norte-americanas negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e em certos títulos denominados em dólares, foram suspensas em agosto de 2016, até que seja julgado recurso da empresa contra uma decisão da Justiça, que abriu caminho para um processo coletivo.