LONDRES (Reuters) - O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, disse nesta quarta-feira que a situação econômica e política do Brasil tornará os meses finais de preparativos para os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro mais desafiadores, mas reiterou estar confiante de que o país acolherá o mundo com entusiasmo.
"Os Jogos Olímpicos Rio de Janeiro 2016 trarão para o mundo uma mensagem de esperança e alegria durante tempos difíceis. A solidariedade e unidade do Movimento Olímpico serão a chave para o sucesso da realização de Jogos maravilhosos", disse o dirigente em uma mensagem de Ano Novo publicada no site da entidade.
Apesar da confiança no sucesso dos Jogos do Rio, o chefe do COI alertou para os grandes desafios adiante no mundo dos esportes, que enfrenta escândalos de corrupção e de doping.
"Quando a Agenda Olímpica 2020 foi adotada um ano atrás, minha mensagem a todos do Movimento Olímpico foi: mudem ou sejam mudados", disse o alemão, referindo-se às reformas que defendeu.
"A pessoa só precisa olhar os eventos dos últimos 12 meses para perceber que esta mensagem é ainda mais urgente hoje para salvaguardar a credibilidade das organizações esportivas e para proteger os atletas honestos", acrescentou.
"Sem dúvida, os acontecimentos recentes em alguns esportes lançam uma sombra em todo o mundo esportivo", afirmou Bach, sem mencionar a Fifa ou a Associação Internacional de Federações Atléticas (Iaaf, na sigla em inglês).
A Fifa, cujo presidente Joseph Blatter foi afastado do esporte por oito anos, está envolvida no pior escândalo de corrupção de sua história, com investigações criminais em andamento na Suíça e nos Estados Unidos.
Dirigentes de associações de futebol das Américas Central e do Sul também foram acusados pelos EUA de envolvimento em esquemas de pagamento de propinas ligados à concessão de direitos de marketing e de transmissão de torneios e partidas de futebol.
No total, 41 indivíduos foram indiciados pelos EUA pela corrupção no futebol, incluindo o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e os ex-presidentes da entidade Ricardo Teixeira e José Maria Marin.
No atletismo, o ex-presidente da Iaaf Lamine Diack e seu filho, Papa Massata Diack, estão sendo investigados por acusações de corrupção, e os atletas russos estão banidos do esporte após as revelações sobre a prática generalizada de doping com aval do governo.
(Por Alan Baldwin)