ROMA (Reuters) - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, buscou nesta segunda-feira garantias do secretário de Estado norte-americano, John Kerry, de que os Estados Unidos irão bloquear os esforços palestinos e europeus em relação a um Estado palestino.
"Nossa expectativa é que os EUA vão manter a sua posição dos últimos 47 anos de que uma solução para o conflito será alcançada por meio de negociações, e eu não vejo uma razão para que essa política mude", disse Netanyahu a jornalistas após uma reunião em Roma que durou cerca de três horas.
Antes da reunião, Israel já havia alertado os EUA de que esperava que seu aliado exercesse o poder de veto no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas contra as resoluções que estabelecem um prazo para o fim da ocupação israelense.
Netanyahu se recusou a comentar se Kerry deu alguma garantia de que os EUA irão exercer o veto. Uma fonte com conhecimento das negociações que falou sob condição de anonimato disse que o líder israelense havia de fato pedido essa garantia.
Um alto funcionário do Departamento de Estado norte-americano disse que Washington havia deixado claro nas discussões que irá se opor a certos movimentos.
"Nós já deixamos claro ao longo destes debates com todos os nossos interlocutores que há certas coisas que nunca poderemos apoiar. Não vou enumerá-las publicamente", disse a autoridade.
A Jordânia distribuiu uma resolução elaborada pelos palestinos aos 15 membros do Conselho de Segurança que pede o fim da ocupação israelense das terras palestinas até novembro de 2016.
De Roma, Kerry viajou a Paris para se encontrar com seus homólogos da Grã-Bretanha, Alemanha e França para discutir seus esforços para elaborar uma resolução separada da ONU para acabar com o conflito israelo-palestino.
Autoridades norte-americanas disseram que não há consenso entre as potências europeias sobre a melhor maneira de proceder.
(Reportagem adicional de Ori Lewis e Dan Williams, em Jerusalém; de Ali Sawafta, em Ramallah; e de Michelle Nichols, na ONU)