SÃO PAULO (Reuters) - Os registros de vendas de automóveis e comerciais leves no Brasil em março recuaram cerca de 19% ante o curto mês de fevereiro, impactados pelas medidas de restrição à circulação adotadas em várias cidades do país, segundo dados preliminares informados por uma fonte do setor nesta quarta-feira.
Os licenciamentos de carros, picapes, utilitários esportivos e vans comerciais no país somaram cerca de 155,8 mil unidades no mês passado, um recuo de 22% no comparativo com os quase 200 mil veículos leves emplacados em março de 2019.
O volume de vendas é equivalente a 7.080 veículos por dia útil, quase 34% abaixo da média registrada em fevereiro e cerca de 30% menos que em março do ano passado.
A indústria automotiva é responsável por 3% do PIB geral do país e por 18% do PIB industrial. O setor começou a paralisar suas atividades na semana de 20 de março, em meio a decretos de quarentena emitidos por governos como os de São Paulo e Rio de Janeiro, que suspenderam a atividade de vários setores, incluindo a de concessionárias de veículos, por causa da pandemia de Covid-19.
Montadoras como General Motors (NYSE:GM), Fiat, Toyota, Volkswagen Caminhões e Ônibus, Mercedes-Benz, Renault e Volvo anunciaram medidas férias coletivas a seus funcionários, com algumas delas prevendo paradas durante quase todo o mês de abril. A opção pela paralisação da produção afetou também fornecedores como Pirelli e Continental, que anunciaram medidas semelhantes.
A associação de montadoras, Anfavea, afirmou anteriormente que até o início da segunda metade de março, as vendas de veículos novos no país estavam subindo em linha com a expectativa de alta de 9,4% em 2020, quando começaram a despencar dois dígitos diante das medidas de quarentena.
Segundo os dados preliminares de vendas de março, os licenciamentos do primeiro trimestre somaram cerca de 533,7 mil veículos leves, uma queda de 8,2% sobre o mesmo período do ano passado. Até o final de fevereiro, as vendas apontavam queda de cerca de 1% no comparativo com o primeiro bimestre do ano passado.
(Por Alberto Alerigi Jr.)