MOSCOU (Reuters) - O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, acusou nesta quarta-feira o Ocidente de usar o desvio de um avião da Ryanair (NASDAQ:RYAAY) no final de semana para travar uma guerra híbrida contra ele, e disse que líderes estrangeiros retrataram falsamente a maneira como ele lidou com o incidente.
Em seus primeiros comentários depois do que alguns políticos europeus descreveram como um "sequestro com patrocínio estatal" no domingo, Lukashenko disse que agiu legalmente e de acordo com todas as normas internacionais, mas que "gente que nos quer mal" está tentando usar o episódio do avião para tentar miná-lo.
"Como previmos, gente de fora do país e de dentro do país que nos quer mal mudou os métodos de ataque ao Estado", disse Lukashenko ao Parlamento.
"Eles cruzaram muitas linhas vermelhas e abandonaram o bom senso e a moral humana".
Empresas aéreas redirecionaram voos para evitar o espaço aéreo de Belarus na terça-feira, e aviões bielorrussos podem ser barrados na Europa agora que cresce a revolta internacional por Minsk ter forçado o pouso de um avião comercial e prendido um jornalista dissidente a bordo.
O controle aéreo bielorrusso orientou o voo da Ryanair que ia de Atenas a Vilnius a desviar para Minsk, de acordo com uma transcrição, devido ao que se revelou uma ameaça falsa de bomba. Belarus também enviou um caça de combate MiG-29 para escoltar o avião de passageiros.
A reação ocidental foi parte de uma "guerra híbrida" contra seu país, disse Lukashenko, e ele reagirá duramente a quaisquer sanções ou provocações, disse ele ao Parlamento, segundo a agência de notícias Belta.
(Por Maria Kiselyova e Tom Balmforth)