Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A concessão de maiores descontos no aluguel de veículos e um forte aumento das vendas de veículos ajudaram a Localiza (SA:RENT3) a ter um salto nas receitas e no lucro do segundo trimestre, mesmo com a persistente fraqueza da economia do país.
A companhia informou nesta quinta-feira que teve lucro líquido de 129,3 milhões de reais no período, um salto de 31,9 por cento ante mesma etapa do ano passado.
O resultado operacional da companhia medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) consolidado cresceu 27,5 por cento na comparação ano a ano, para 298,7 milhões de reais.
Segundo o diretor financeiro da Localiza, Roberto Mendes, a tendência é a Localiza manter o volume de negócios nos próximos meses, conforme a empresa vai ampliando a base de lojas próprias no país e eleva a frota.
"A crise está atrapalhando todo mundo, mas nós nos preparamos, revisamos processos e cortamos custos com antecedência", afirmou o executivo em entrevista à Reuters. Segundo ele, a taxa de utilização dos veículos da área de aluguel foi de cerca de 75 por cento no segundo trimestre ante 73,5 por cento nos três primeiros meses do ano e 73,7 por cento no segundo trimestre de 2016.
A companhia viu sua receita líquida disparar 39,7 por cento ano a ano, para 1,346 bilhão de reais, impulsionada principalmente pelas vendas de seminovos, que cresceram 62,8 por cento na mesma comparação.
Diante do ciclo de queda da taxa básica de juros, a Localiza comprou cerca de 50 por cento mais veículos para renovar sua frota. Ao mesmo tempo, ampliou em 46 por cento a venda de carros.
Simultaneamente, a queda de 6,7 por cento na tarifa média concedida pela companhia no aluguel de veículos surtiu efeito, o que elevou a taxa de utilização da frota e fez a receita do negócio crescer 21,2 por cento ano a ano.
"A estratégia da companhia de controle de custos, produtividade e crescimento acelerado aumentou a rentabilidade, suportando a queda da diária média", afirmou a Localiza em seu relatório de resultados.
A área de gestão de frotas teve faturamento líquido 10,6 por cento maior, a 176,4 milhões der reais, refletindo preços maiores e novos contratos.
A companhia encerrou o semestre com frota de 151.740 veículos, crescimento de 21,6 por cento sobre um ano antes. A relação de endividamento líquido sobre Ebitda terminou junho em 1,8 vez ante 2,1 vezes no fim de 2016.