Por Gabriela Mello
SÃO PAULO (Reuters) - A Lojas Americanas (SA:LAME4) espera manter a margem bruta da companhia em níveis saudáveis no curto prazo, apesar do aumento da atividade promocional no quarto trimestre, em função da Black Friday, em 23 de novembro, e do Natal, disse nesta quinta-feira o diretor financeiro da varejista, Carlos Padilha.
"Temos mantido nossa margem bruta em nível muito saudável, acima da média do setor, eu diria, apesar dos eventos sazonais", afirmou Padilha durante teleconferência com analistas sobre os resultados do terceiro trimestre, quando a margem bruta consolidada da companhia foi de 35,1 por cento.
Na véspera, a Lojas Americanas reportou lucro líquido de 61,4 milhões de reais entre julho e setembro, superando em 165,8 por cento o desempenho apurado um ano atrás, conforme o avanço da receita mais que compensou as despesas um pouco maiores no período.
O executivo acrescentou que a companhia pretende acelerar a abertura de lojas até o fim do ano, sobretudo antes da Black Friday, para cumprir a meta de 200 novas unidades por ano, o que provavelmente acarretará em mais despesas.
Entre janeiro e setembro, a empresa inaugurou 62 unidades da Lojas Americanas, de acordo com o balanço trimestral.
Padilha ponderou, entretanto, que o impacto tanto das atividades promocionais quanto das despesas adicionais com abertura de lojas deve ser compensado pelo crescimento das vendas no quarto trimestre.
"Não esperamos nenhuma surpresa com Ebitda ou margem bruta... Tem mais despesa, mas também teremos vendas muito maiores", afirmou o executivo.
Segundo ele, a Lojas Americanas iniciou o quatro trimestre com estoques maiores ante o ano passado e melhor sortimento de produtos para suprir a demanda dos consumidores. "Estamos empolgados com crescimento do quarto trimestre, levando em consideração todo o trabalho de base que estamos fazendo", disse.
Questionado por analistas sobre lojas de conveniência, Padilha afirmou que a companhia avalia diversas parcerias estratégias para acelerar o crescimento orgânico do projeto. Atualmente, são 11 pontos, sendo seis em São Paulo e cinco no Rio de Janeiro, de acordo com ele.
"Nosso time tem trabalhado muito em prospectar e fazer parcerias estratégicas com lugares que possam acomodar lojas de conveniências...Também avaliamos os prós e contras do modelo de franquias", contou o executivo.
Por volta das 16h, as ações da Lojas Americanas recuavam 3,2 por cento, cotadas a 18,20 reais, liderando ao lado da controlada B2W Digital (SA:BTOW3) a lista de piores quedas do Ibovespa nesta quinta-feira. Em 2018, os papéis das duas acumulam altas de pouco mais de 7 e 58 por cento, respectivamente.