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Lojas Renner sobe 1%; varejista lucrou no 2T20 com efeito fiscal extraordinário

Publicado 01.09.2020, 10:16
Atualizado 01.09.2020, 10:32
© Reuters.
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Por Gabriel Codas

Investing.com - Nos primeiros negócios da manhã desta terça-feira, as ações da Lojas Renner (SA:LREN3) operam com valorização, um pouco abaixo da alta do Ibovespa. A varejista reportou ontem após fechamento do mercado, que um efeito fiscal extraordinário garantiu o lucro no segundo trimestre, compensando contabilmente os efeitos da pandemia de Covid-19, que derrubaram suas vendas da varejista de moda no período.

Em termos ajustados, a companhia teve prejuízo de R$ 228 milhões, ante lucro de R$ 230,7 milhões ano antes. Porém, considerando os efeitos da vitória de uma ação sobre exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins, que resultou num ganho líquido de R$ 1 bilhão, a Lojas Renner passou a ter lucro líquido de R$ 818,1 milhões. Os analistas de mercado previram um resultado pior ao prejuízo em termos ajustados, com a mediana do consenso com um prejuízo líquido de R$ 288 milhões.

Por volta das 10h29, os ativos tinham alta de 1,24% a R$ 44,01, oscilando entre a mínima em R$ 43,74 e máxima em R$ 44,65 e volume negociado em R$ 82,69 milhões. O Ibovespa avançava 1,40% a 100.755 pontos, na máxima do dia.

No caixa, esse efeito só será percebido ao longo de 2021, explicou o presidente-executivo da empresa, Fabio Faccio, porque o ganho se dará descontando dos impostos a pagar.

De todo modo, o efeito extraordinário aliviou em parte o estrago severo das medidas de isolamento social tomadas para conter a pandemia. A Lojas Renner, que chegou a ter 100% das lojas físicas totalmente fechadas em abril, retomou gradualmente as operações, mas não a tempo de evitar uma queda de 73,3% da receita líquida, ano a ano, para 539,6 milhões de reais.

Visão dos analistas

Para a XP Investimentos, a Renner reportou resultados fracos no 2T20, severamente impactados pelo fechamento temporário das lojas em meio à pandemia. O prejuízo líquido estimado de R$ 227 milhões (excluindo crédito fiscal não-recorrente de R$ 1,2 bilhão) veio abaixo das estimativas e do consenso de mercado;

Por outro lado, os analistas ressaltam o progresso importante da companhia no canal online. A empresa reportou um crescimento de receita líquida online de 122% A/A. Com isso, as vendas líquidas no canal online representaram 36% das vendas totais de mercadorias no trimestre. Segundo a administração da Renner, a aceleração do canal foi principalmente suportada pelo aumento de 95% A/A em fluxo, e crescimento de 251% A/A em novos clientes.

A corretora espera uma reação negativa. O desempenho no trimestre foi fraco, conforme esperado, e os números reportados estavam no geral abaixo das expectativas e do consenso de mercado. De qualquer forma, com 100% das lojas reabertas a partir de agosto, espera que os comentários da diretoria durante a teleconferência de resultados tragam maior visibilidade sobre a progressão de crescimento de vendas ao longo do trimestre. Além disso, também acredita que a continuidade do forte crescimento da operação de e-commerce no início do 3T20 traga algum alívio para os investidores;

A recomendação segue de Compra e preço-alvo de R$ 50,0/ação ao final de 2020.

Da mesma forma, o Banco do Brasil Investimentos entende que o resultado referente ao 2T20 da Lojas Renner veio fraco. Assim como observado em outras companhias varejistas de vestuário, um dos segmentos mais impactados pelo Covid-19, o fechamento das lojas físicas e redução do tráfego de pessoas repercutiu em queda de receita e um ambiente mais promocional, o que levou à piora dos resultados na comparação anual.

Como positivo, a equipe destacao reconhecimento de créditos fiscais referentes à exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS no montante de R$ 1,3 bilhão, o que favoreceu o resultado líquido do trimestre, a despeito do fraco desempenho operacional do período.

Até incorporar os resultados referentes ao 2T20, bem como as perspectivas para os próximos trimestres, o preço-alvo 20e segue em R$ 37,10, com manutenção da recomendação Neutra, a despeito da falta de upside frente ao preço corrente. A recomendação baseia-se na tese de que a Lojas Renner é a companhia mais eficiente no seu segmento e, apesar dos percalços de curto prazo, deve retomar rapidamente o desempenho operacional pré-crise. 

Balanço

Os danos só não foram maiores porque a empresa conseguiu se aproveitar do forte crescimento das vendas por canais digitais no período, com alta de 122% no trimestre. As vendas mesmas lojas (SSS) caíram 74,1%, mas têm apresentado melhora sequencial, afirmou o executivo.

Segundo Faccio, mesmo com a reabertura integral das lojas físicas, o ecommerce seguiu subiu 239% em julho ano a ano.

“Isso nos levou a ajustar parte do investimento que faríamos em novas lojas para nossa estrutura de comércio eletrônico”, disse o executivo à Reuters, frisando no entanto que o plano de inaugurações de pontos físicos até 2025 está mantido.

O desempenho operacional da companhia medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 455,3 milhões de reais, consideradas as operações de varejo, alta de 32,1% frente ao mesmo período de 2019. Excluindo o efeito fiscal, o Ebitda de Varejo foi negativo em 280,2 milhões de reais.

Com a gradual recuperação das vendas e a expectativa de lançamentos dos créditos fiscais no caixa, a companhia avalia não renovar linhas de crédito tomadas durante o período mais crítico da pandemia para elevar sua liquidez, disse o diretor de relações com investidores, Laurence Gomes, referindo-se a vencimentos que ocorrem no início de 2021.

A Lojas Renner emitiu 1 bilhão de reais em debêntures entre abril e maio, o que elevou seu endividamento ajustado de 0,14 vez no fim de 2019 para 0,61 vez no fim do primeiro semestre, a 1,1 bilhão de reais.

A ação da Lojas Renner tem em 2020 queda de 22,3%, tendo fechado esta segunda-feira a 43,47 reais.

(Com contribuição de Reuters)

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