Por Ana Beatriz Bartolo
Investing.com - As Lojas Renner (SA:LREN3) pegaram o mercado de surpresa, segundo o Goldman Sachs (NYSE:GS), ao aprovar um programa de recompra de ações, quando a companhia realizou um follow on no 2T21. Porém, o banco vê com bons olhos essa decisão, pois destaca a disciplina na alocação de capital das empresa.
Ontem, 20, as Lojas Renner anunciaram um programa de recompra de 1,8 milhões de ações nos próximos 18 meses, o que totaliza cerca de 1,82% dos papéis em circulação. De acordo com o comunidado, essa seria uma forma alternativa de retorno de valor aos acionistas, além dos dividendos e juros sobre o capital próprio, e também uma forma de otimizar sua estrutura de capital.
No final do 2T21, as Lojas Renner realizaram um follow onde 102 milhões de novas ações, a R$ 39 cada. Desde o final de abril passado, porém, os papéis já sofreram uma desvalorização de 29%, quando o Ibovespa recuou apenas 9%.
Na época, o capital seria destinado ao crescimento inorgânico da companhia, dependendo das oportunidades que fossem consideradas vantajosas, segundo o Conselho de Administração. Caso as aquisições não fossem tão interessantes, projetos internos seriam priorizados.
Assim, esse programa de recompra é entendido pelo Goldman Sachs como um sinal de que o crescimento orgânico deve permanecer como prioritário e as Lojas Renner continuarão seletivas em relação aos negócios adquiridos. A decisão do conselho de optar pela recompra também mostra que a empresa prioriza o retorno de valor para seus acionistas.
O Goldman Sachs mantém a sua recomendação de compra sobre as ações das Lojas Renner, com um preço-alvo de R$ 37.
As Lojas Renner também anunciaram a nomeação de Daniel Martins como novo CFO da empresa, após a saída de Álvaro Fontes no final do ano passado. Martins é contratado externo e traz 25 anos de experiência na indústria de bens de consumo, tendo ocupado diversos cargos na Unilever (LON:ULVR).
Às 13h, as ações das Lojas Renner subiam 2,49%, a R$ 26,79.