SÃO PAULO (Reuters) - A administradora e incorporadora de shoppings centers Iguatemi (SA:IGTA3) teve lucro líquido de 49,8 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 18 por cento ante mesmo período de 2015 devido ao controle de custos e ao melhor desempenho operacional.
A receita líquida da empresa cresceu 6,9 por cento na mesma comparação, a 183,8 milhões de reais, impulsionada pelo aumento de 2,7 por cento das vendas totais do portfólio, a 3,9 bilhões.
Já a geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou 143 milhões de reais, estável sobre um ano antes, mas incluiu receita operacional não recorrente de 26 milhões de reais.
"Conseguimos manter o Ebitda porque fizemos nosso dever de casa com contenção de custos e despesas", disse à Reuters a vice-presidente de finanças e relações com investidores da Iguatemi, Cristina Betts. A linha de custos e despesas caiu 23,6 por cento ano a ano, para 41 milhões de reais.
GUIDANCE
Em 2016, o lucro líquido da Iguatemi caiu 15 por cento, para 164 milhões, mas a receita líquida cresceu 5 por cento, para 668 milhões, no piso do guidance traçado para o ano.
Em 2017, a companhia projeta alta de 2 a 7 por cento na receita líquida. "Estamos sendo um pouco mais conservadores. A confiança está melhor e perspectiva para o ano, também, mas esse guidance reflete uma retomada ainda lenta", explicou Cristina.
A empresa também prevê margem Ebitda de 73 a 77 por cento no ano. No ano passado, o índice foi de 78 por cento. Para investimentos, a expectativa é de 80 milhões a 130 milhões de reais, abaixo dos 160 milhões de reais desembolsados em 2015.
"Não há nenhuma inauguração ou expansão prevista para 2017", afirmou Cristina. Em 2016, o grupo lançou dois empreendimentos em Porto Alegre.
Segundo a executiva, parte dos investimentos previstos para este ano será destinada ao início das obras de outlets, que começarão a ser entregues só em 2018.
Para Cristina, O ciclo de queda da Selic deve permitir ao grupo reduzir seu endividamento. No fim de 2016, a empresa tinha relação dívida líquida sobre Ebitda de 3,2 vezes, inferior ao nível de 3,4 vezes observado no terceiro trimestre.
"A redução foi motivada pela retração dos investimentos e expansão da receita com a maturação de projetos", disse ela.
(Por Gabriela Mello)