LISBOA (Reuters) - O lucro da portuguesa Galp Energia cresceu 45 por cento para 166 milhões de euros no terceiro trimestre, apoiado em aumento da produção, preços do petróleo e refino, disse nesta segunda-feira a petroleira, que reforçou sua participação no pré-sal brasileiro em um leilão na semana passada.
Uma pesquisa apontava para 175 milhões de euros de lucro. O consenso de analistas da própria Galp, com as estimativas de 26 analistas, era de 169 milhões de euros de lucro.
Os analistas do Jefferies, Marc Kofler e Jason Gammel, disseram que os resultados foram bastante robustos.
"O balanço da Galp é robusto e o ciclo de 'cash' continua a impressionar, apesar dos desafios macro e no Brasil", disseram.
Na sexta-feira, a Galp anunciou a compra de uma participação de 20 por cento na área Norte de Carcará, no pré-sal da Bacia de Santos, em um leilão no Brasil, e o reforço da participação no bloco BM-S-8, onde está a área de Carcará, que contém uma jazida que se estende para Norte de Carcará e já é um importante ativo.
Em uma apresentação aos investidores publicada nesta segunda-feira, a Galp fixou uma meta de investimento entre 1 bilhão e 1,1 bilhão de euros em 2017, incorporando sua participação no leilão no Brasil, contra 1,2 bilhão em 2016 e 638 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2017.
"Esperamos que sejam obtidos pelo menos 2 bilhões de barris de petróleo de alta qualidade (no Norte de Carcará) através de uma forte parceria", afirmou a Galp.
A Galp participa na nova área de Norte de Carcará por meio de um consórcio com a Statoil e ExxonMobil (NYSE:XOM).
"Na nossa opinião, esta é uma notícia positiva para a Galp, na medida em que permite à empresa não diluir a sua exposição ao Carcará", disse Carlos Jesus, analista do CaixaBI.
"Acreditamos que o reservatório de Carcará, que se estende para lá do bloco BM-S-8 para Norte de Carcará, possui excelentes propriedades geológicas que impactam, de forma positiva, os custos de produção e produtividade".
A aposta da petrolífera portuguesa no Brasil é cada vez mais profunda. Cerca de 88 por cento do investimento deste ano foi empenhado na área de exploração e produção, sendo 70 por cento no Brasil.
(Por Daniel Alvarenga)