SÃO PAULO (Reuters) - Uma combinação de controle das despesas com maiores margens nas operações de crédito fizeram o Banco do Brasil (SA:BBAS3) dar um salto de mais de 40 por cento no lucro do primeiro trimestre.
A instituição controlada pelo governo federal anunciou nesta quinta-feira que seu lucro líquido de janeiro a março somou 4 bilhões de reais, aumento de 45,7 por cento ante mesma etapa de 2018. Na base ajustada, que exclui efeitos extraordinários, o lucro subiu 40,3 por cento, 4,247 bilhões de reais.
O resultado recorrente superou em 9,2 por cento a previsão de analistas ouvidos pela Refinitiv.
No relatório, o BB atribuiu o desempenho ao aumento da margem financeira bruta, à redução das despesas de provisão de crédito, ao aumento das receitas de tarifas e ao controle de custos.
De fato, a despesa com provisão para perdas com calotes no trimestre, de 3,126 bilhões de reais, foi 26,3 por cento menor do que em igual etapa do ano passado. Esse declínio acompanhou a melhora da qualidade da carteira de crédito do grupo, com o índice de inadimplência acima de 90 dias fechando março em 2,59 por cento, ante índice de 3,63 por cento 12 meses antes.
A carteira de empréstimos do BB fechou o trimestre em 684,2 bilhões de reais, montante 0,8 por cento superior ano a ano, embora tenha recuado na base sequencial.
Ainda assim, menores custos de captação e o bom resultado de tesouraria fizeram a margem financeira bruta crescer 6,3 por cento na base anual, para 12,7 bilhões de reais.
Em outra frente, as receitas com tarifas evoluíram 3,8 por cento ante igual etapa de 2018, para 6,8 bilhões de reais.
Essa expansão foi em ritmo superior ao das despesas administrativas, que avançaram apenas 1,7 por cento na mesma base de comparação, a 7,6 bilhões de reais.
Com isso, a rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido, que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, atingiu 18,3 por cento no trimestre, um salto de 4,6 pontos percentuais em um ano, o que levou o BB para índices mais próximos aos exibidos por seus rivais privados.
(Aluísio Alves e Carolina Mandl)