SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) teve lucro recorrente pouco acima das previsões de analistas no quarto trimestre de 2015, apoiado em maior margem com clientes, receita com serviços e recuperação de créditos, mix parcialmente compensado por maiores despesas com provisões para calotes.
O maior banco privado do país anunciou nesta terça-feira que seu lucro recorrente do período somou 5,773 bilhões de reais, alta de 2 por cento sobre um ano antes. A previsão média de analistas consultados pela Reuters era de lucro recorrente de 5,51 bilhões de reais.
Após efeitos extraordinários, o lucro líquido foi de 5,698 bilhões de reais no trimestre, alta de 3,2 por cento no comparativo anual.
Apesar do crescimento de apenas 4,3 por cento da carteira de crédito, que fechou o ano em 548,073 bilhões de reais, o Itaú (SA:ITSA4) Unibanco viu a margem financeira com clientes crescer 1,1 por cento na base sequencial.
A capacidade de repassar taxas maiores nas operações de crédito e de obter bons resultados com a tesouraria levaram o banco a ter alta de 20,7 por cento da margem financeira gerencial no ano, acima da estimativa de 14,5 a 17,5 por cento.
O índice de inadimplência, medido pelo saldo de atrasos com mais de 90 dias, foi a 3,5 por cento, 0,2 ponto percentual maior que no trimestre imediatamente anterior e 0,4 ponto acima de um ano antes.
Ainda assim, as despesas com provisões para calotes, líquidas de recuperação de crédito, caíram 0,4 por cento na base sequencial a 4,634 bilhões.
"Essa redução é proveniente do crescimento de 35,4 por cento de nossas receitas com recuperação de créditos baixados para prejuízo", afirmou o Itaú Unibanco no relatório.
As chamadas despesas não decorrentes de juros, que incluem administrativas e salários, subiram 1,95 por cento sobre o trimestre anterior e 9,95 por cento sobre o quarto trimestre de 2014. No consolidado de 2015, o aumento foi de 8,8 por cento, dentro da meta do banco de fazê-la ficar abaixo da inflação, que foi de 10,7 por cento no ano, pelo IPCA.
Em outra frente, as receitas do trimestre com serviços e tarifas avançaram 10,6 por cento ano a ano, para 7,645 bilhões de reais.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como o Itaú Unibanco remunera seus acionistas, foi de 22 por cento, queda de 1,3 ponto percentual na medição sequencial e de 2 pontos sobre um ano antes.
Para 2016, o Itaú Unibanco previu um intervalo que vai de contração de 0,5 por cento para alta de 4,5 por cento em sua carteira de crédito e um aumento médio superior a 40 por cento das provisões para perdas com inadimplência, além de desaceleração das despesas administrativas.
(Por Aluísio Alves)