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Luna é confirmado na Petrobras; eleito por minoritários questiona assembleia

Publicado 12.04.2021, 20:00
Atualizado 12.04.2021, 22:50
© Reuters. Joaquim Silva e Luna (ao centro), indicado para a presidência da Petrobras
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Por Marta Nogueira e Gram Slattery

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Assembleia de acionistas da Petrobras (SA:PETR4) aprovou nesta segunda-feira o general da reserva Joaquim Silva e Luna como membro do Conselho de Administração da companhia, movimento que antecede sua eleição como novo presidente-executivo da petroleira, conforme indicação de Jair Bolsonaro.

A chegada de Luna à empresa, que estava como comandante brasileiro da hidrelétrica binacional de Itaipu, ocorre após o presidente Bolsonaro ter discordado da forma como o executivo Roberto Castello Branco conduziu a política de preços de diesel e gasolina da companhia, que acumulam altas expressivas neste ano, ao seguir indicadores internacionais de mercado.

Conforme o estatuto da empresa, o presidente da Petrobras é escolhido pelo Conselho de Administração dentre os seus membros. Dessa forma, o presidente da estatal precisa fazer parte do colegiado.

A eleição de Luna como membro do colegiado foi possível após a reunião de acionistas desta segunda-feira aprovar recomendação da União e destituir Castello Branco de seu cargo como conselheiro, o que acarretou também na sua saída da presidência da companhia.

O presidente do conselho, Eduardo Bacellar Leal Ferreira, reconduzido na assembleia, nomeou o diretor-executivo de Exploração e Produção, Carlos Alberto Oliveira, como presidente interino até a eleição e posse de Luna, conforme prevê o estatuto social da empresa.

"A Petrobras esclarece que os diretores-executivos que já informaram que não têm interesse de renovar seus mandatos seguem em seus cargos até a posse dos seus sucessores, conforme divulgado em 24 de março de 2021", disse a empresa.

Oliveira está entre os diretores que decidiram deixar a companhia.

DEMAIS MUDANÇAS NO CONSELHO

A destituição de Castello Branco do conselho resultou na saída automática de outros sete membros do colegiado, cujas vagas foram preenchidas ainda na assembleia extraordinária desta segunda-feira.

Foram eleitos, pelo sistema de voto múltiplo, além de Luna, seis nomes indicados pela União: Eduardo Bacellar Leal Ferreira (também eleito presidente do colegiado), Ruy Flaks Schneider, Márcio Andrade Weber, Murilo Marroquim de Souza, Sonia Julia Sulzbeck Villalobos e Cynthia Santana Silveira.

A disputa pela oitava vaga foi vencida por Marcelo Gasparino, indicado por acionistas minoritários.

Essa posição foi disputada em uma segunda rodada de votações com a indicada pelo governo Ana Silvia Corso Matte e por outro indicado por minoritários Pedro Rodrigues Galvão de Medeiros.

QUESTIONAMENTO

Antes de ser eleito, Gasparino havia escrito em seu perfil na rede social LinkedIn que havia identificado problemas nos procedimentos da assembleia e que, caso vencesse a disputa, iria tomar posse e renunciar, para que uma nova reunião de acionistas fosse convocada e as questões corrigidas.

A Petrobras não comentou imediatamente.

Questionado por mensagem sobre afirmação no LinkedIn após o fim da assembleia, Gasparino foi sucinto: "só tenho uma palavra".

Durante a assembleia, Gasparino chegou a pedir a suspensão da reunião, o que foi negado.

Em seus argumentos no LinkedIn, o candidato agora eleito afirmou que "a publicação do mapa sintético consolidado do voto à distância evidenciou, no mínimo, distorções no processo de recebimento e compilação dos votos e, especificamente, instruções de voto, necessárias em decorrência da deficiência do sistema de votação desenvolvido pela B3 (SA:B3SA3)".

© Reuters. Joaquim Silva e Luna (ao centro), indicado para a presidência da Petrobras

"Houve problemas no processo, e o resultado dessa eleição poderá ser objeto de questionamento", disse Gasparino, ao explicar que enviou documento à Petrobras para alertá-la da questão.

(Por Marta Nogueira e Gram Slattery; reportagem adicional de Paula Laier)

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