SÃO PAULO (Reuters) - A Arcos Dorados, maior franqueadora da rede de fast food McDonalds no mundo, anunciou nesta quarta-feira o início de aquisição de carne produzida em áreas de pecuária considerada como sustentável no bioma amazônico, revendo a política da companhia que a impedia de ter fornecedores na região.
A companhia, que tem 884 lojas McDonald's no Brasil, informou que o projeto começa com a aquisição neste ano de 250 toneladas de carne vinda de Alta Floresta, no norte do Mato Grosso, onde 23 fazendas estão cadastradas no Programa Novo Campo.
O programa, implementado pela empresa Pecuária Sustentável da Amazônia (Pecsa), tem parceria da JBS (SA:JBSS3), maior processadora de carne do mundo e fornecedora das lojas da Arcos Dorados no Brasil.
A companhia compra por ano 30 mil toneladas de carne bovina no Brasil, disse o diretor de sustentabilidade da Arcos Dorados, Leonardo Lima. Segundo ele, a intenção é elevar o volume de compras de áreas que praticam pecuária sustentável no Brasil, atingindo 100 por cento nos próximos anos.
"No próximo ano, o número de 250 (toneladas) vai ser maior. Queremos evitar pressões aos fornecedores. Mas claramente vai ser disponibilizado mais carne de pecuária sustentável", afirmou.
Segundo Lima, o Brasil é o segundo país na rede global do McDonald's, depois do Canadá, a implementar o plano de compra de carne de pecuária sustentável.
Ele comentou que a aquisição das 250 toneladas não implica em custos maiores à Arcos Dorados e que os investimentos dos pecuaristas envolvidos no projeto vão se pagar com o aumento da produtividade e eficiência na gestão de suas propriedades.
"Ao desenvolver a pecuária garantimos que a atividade não tenha necessidade de nenhum novo desmatamento. A área que já foi desmatada no passado é mais do que suficiente para a produção das próximas décadas", disse Lima ao comentar sobre a revisão da política da empresa de não comprar de áreas do bioma amazônico.
"A forma de evitar que a pecuária invada mais áreas e cause mais desmatamentos é pela tecnificação. Produzir mais com menos", acrescentou.
Porém a empresa ainda está trabalhando como fazer a mensagem chegar ao consumidor, já que a carne comprada do projeto, por exemplo, não vai ser diferenciada nas embalagens dos produtos do McDonald's no país.
"Não estamos fazendo segregação. O volume ainda é pequeno, mas o fato de que essa carne é sustentável, não significa que a outra não seja. Estamos avaliando como comunicar isso da melhor forma aos consumidores", disse Lima.
(Por Alberto Alerigi Jr.)