MILÃO (Reuters) - A maior parte do conselho de administração da Telecom Italia renunciou nesta quinta-feira, disparando uma completa reformulação do colegiado da companhia que controla a TIM no Brasil em um movimento que esvaziou tentativa do investidor ativista Elliott de mudar a forma como o maior acionista da empresa, o grupo Vivendi (PA:VIV), administra o grupo italiano.
A Elliott Advisors anunciou neste mês que tinha assumido uma participação na Telecom Italia e pediu que seis membros do conselho da companhia fossem substituídos para melhorar a estratégia, valor e governança da companhia italiana.
A renúncia da maior parte do conselho nesta quinta-feira, incluindo do presidente do colegiado, que também é presidente-executivo da Vivendi, Arnaud de Puyfontaine, automaticamente significa que um novo conselho precisa agora ser eleito em uma votação de acionistas.
"Isso vai permitir que os acionistas da Telecom Italia decidam rapidamente sobre um novo conselho de administração...em vez de votarem sobre mudanças individuais pedidas pela Elliott", disse Puyfontaine em comunicado.
Uma fonte afirmou que a decisão do conselho foi resultado de uma estratégia da Vivendi para criar uma divisão entre a Elliott e investidores institucionais.
Outra fonte acrescentou que o grupo francês de mídia já assegurou o apoio de alguns fundos institucionais para garantir que executivos indicados pela Vivendi sejam eleitos para o novo conselho.
Puyfontaine deve ser provavelmente nominado como parte da lista de candidatos para o novo conselho, disse a fonte.
Os acionistas vão escolher o novo conselho em 4 de maio.
A Telecom Italia informou que o vice-presidente do conselho Giuseppe Recchi renegociou, como esperado, depois de aceitar uma posição em outra companhia. Outros sete diretores, incluindo, Puyfontaine, vão deixar o colegiado em 24 de abril. Todos os oito membros do conselho que renunciaram são apoiados pela Vivendi. Metade deles eram diretores independentes.
A Telecom Italia perdeu mais de um terço de seu valor de mercado desde que a Vivendi assumiu uma primeira participação na empresa em meados de 2015.
(Por Agnieszka Flak)