Nova York, 8 set (EFE).- A taxa de inadimplência corporativa na
América Latina teve um rápido recuo, depois do pico mostrado em
2009, e seguirá em retrocesso até o primeira metade de 2011, aponta
o relatório divulgado hoje pela agência de classificação Moody's.
Esta entidade estudou a trajetória de 434 entidades emissoras de
dívida corporativa na América Latina, tanto em moeda local quanto em
estrangeira, entre 1990 e 2010, e elaborou os próprios prognósticos.
Pelos dados, só foram registrados em 2010 na América Latina dois
descumprimentos no pagamento de dívida corporativa, que afetaram
bônus no valor de US$ 1,2 bilhão.
Essa quantidade representa uma importante redução em comparação
com os 21 descumprimentos no valor de US$ 4,4 bilhões registrados em
2009.
"Foi registrada uma forte redução na volatilidade de mudanças de
classificação na região da América Latina nos últimos dois anos, e
as taxas de descumprimento dentro do grau especulativo desceram
rapidamente dos elevados níveis de 2009", assinalou hoje em
comunicado o analista de Moody's Steffen Sorensen para explicar
estes dados.
A melhor qualidade creditícia da última década na região
contribuiu para que a proporção de emissores de dívida classificados
pela Moody's como "de grau de investimento" (que são suficientemente
confiáveis) aumentasse consideravelmente até representar 40% do
total.
Embora esse percentual seja "marginalmente" mais baixo que há um
ano, é quase o dobro do registrado na região no fim de 2000.
Pelos dados divulgados pela Moody's, a taxa de descumprimento de
dívida "de grau especulativo" (a que não alcança o grau de
investimento) chegou ao pico de 10,6% no segundo semestre de 2009 na
América Latina, abaixo dos 13,5% no mundo.
"Apesar das menores taxas de inadimplência dentro do grau
especulativo na América Latina durante a recente recessão mundial,
historicamente os emissores da região tiveram uma média de
qualificações menores e suas taxas médias de descumprimento foram
maiores em relação aos emissores globais", assinalou Sorensen.
Desde o segundo semestre de 2009, no entanto, a taxa de
descumprimento na América Latina desceu rapidamente.
Moody's prevê que a taxa de descumprimento entre os emissores
classificados como de grau especulativo rondará 1,3% na América
Latina dentro de um ano, contra 2,6% previsto para conjunto do
mundo.
A estimativa da agência de classificação espera que os
percentuais recuem para 0,7% e 1,8%, respectivamente, até julho de
2011. EFE