Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A Marfrig (SA:MRFG3) Global Foods e a Minerva (SA:BEEF3) Foods registraram, nesta semana, casos expressivos de contaminação de funcionários por coronavírus em unidades do Brasil, marcando o primeiro surto da doença no setor de bovinos, embora os frigoríficos sigam em operação.
A Marfrig disse em nota que foi notificada sobre o teste positivo para Covid-19 de 14 colaboradores da unidade de Várzea Grande (MT). Segundo a companhia, foram os primeiros casos de funcionários no Brasil.
Já a Minerva informou que, em vista do avanço no número de casos na população de Araguaína (TO), cuja cidade encontra-se em lockdown decretado pelo governo do Estado, realizou testes nos 730 funcionários de uma planta localizada no município e detectou, via teste rápido, 55 trabalhadores contaminados assintomáticos.
Até o momento, haviam sido identificados surtos expressivos da Covid-19 em trabalhadores de plantas de aves e suínos da JBS (SA:JBSS3) e BRF (SA:BRFS3) na região Sul.
A JBS chegou a ter casos de contaminação em unidades de bovinos, mas "sem números significativos e em uma realidade totalmente diferente da verificada nas plantas do Sul", disse uma fonte a par do assunto sob condição de anonimato.
Assim que o problema foi identificado na Marfrig, a companhia disse que, imediatamente, adotou todos os procedimentos estipulados em seu plano de contingência.
"Realizou o inquérito epidemiológico e prontamente afastou de maneira preventiva todos os contactantes diretos e indiretos que estão em isolamento domiciliar."
Além das medidas preventivas que vinham sendo tomadas, a empresa disse que reforçou a equipe médica para intensificar o monitoramento dos casos e fortaleceu o uso de equipamentos de proteção individual. "Como mais uma maneira de fortalecer as medidas preventivas a companhia realizou a desinfecção total da unidade e todos os colaboradores estão sendo vacinados contra H1N1", ressaltou a Marfrig.
No caso da Minerva, a empresa afirmou que, como a identificação foi feita via teste rápido, os colaboradores foram afastados e foram solicitados exames de contraprova.
A unidade de Araguaína já vinha de um processo de redução no volume de abates iniciado em março. Segundo a companhia, os abates passaram preventivamente de 750 cabeças/dia para 600 cabeças/dia no primeiro mês da quarentena no Brasil. "E há 15 dias estamos operando com abate de 500 cabeças/dia".
"Para garantir o abastecimento de alimentos à população, estamos operando em nossas plantas com um rigoroso Plano de Contingência, que contempla uma série de medidas para proteger a saúde de nossos colaboradores e manter a produção em segurança", acrescentou a Minerva.