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Marfrig quer usar dinheiro da venda da Moy Park para reduzir alavancagem

Publicado 22.06.2015, 12:09
© Reuters. Trabalhadores em abatedouro do grupo Marfrig em Promissão, em São Paulo
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SÃO PAULO (Reuters) - A Marfrig (SA:MRFG3) pretende usar "quase de forma integral" os cerca de 1,19 bilhão de dólares que vai receber à vista com a venda da unidade europeia Moy Park para reduzir sua dívida bruta, com considerável redução em indicadores de alavancagem, disseram executivos da companhia nesta segunda-feira.

A Marfrig anunciou no domingo que fechou contrato com a JBS, maior produtora de carnes do mundo, para a venda de sua unidade de frangos e alimentos processados na Europa.

O valor total do negócio ficou em aproximadamente 1,5 bilhão de dólares, incluindo 200 milhões de libras em dívidas da Moy Park que a JBS irá assumir.

"(O recurso) será usado substancialmente na redução da dívida bruta. Uma vez que o recurso deverá entrar entre o terceiro o quarto trimestre, é de se esperar que essa redução ocorra entre o final de 2015 e 2016", disse o diretor de Relações com Investidores empresa de alimentos, Marcelo Di Lorenzo, em teleconferência com analistas.

A Marfrig fechou o primeiro trimestre de 2015 com dívida líquida de 10,73 bilhões de reais.

Com a venda da Moy Park, o endividamento da companhia cairia cerca de 5 bilhões de reais, para 5,7 bilhões, tomando-se como base um câmbio de 3,10 reais por dólar e a dívida ao final do primeiro trimestre, segundo simulação feita pela companhia.

A relação entre dívida líquida e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), um importante indicador de alavancagem, fechou o primeiro trimestre de 2015 em 5,82 vezes, no ajuste anualizado.

"Se o real permanecer constante, nos patamares atuais, a gente espera reduzir esse nível de alavancagem para abaixo de 4, muito possivelmente em torno de 3,7 vezes até o final do ano", estimou Di Lorenzo.

Com o menor volume de dívida, a Marfrig também estima reduzir em 300 milhões de reais os desembolsos com o pagamento de juros no ano consolidado.

"Isso vem para um reforço do fluxo de caixa", disse Di Lorenzo.

Os executivos disseram que a empresa não pretende vender mais nenhuma unidade ou participação em seus negócios e que também não irá usar os novos recursos para fazer aquisições.

© Reuters. Trabalhadores em abatedouro do grupo Marfrig em Promissão, em São Paulo

"O nosso crescimento será 100 por cento dentro das unidades que a Marfrig tem hoje atualmente. Esse crescimento já está planejado", disse o diretor-presidente Martin Secco Arias.

(Por Gustavo Bonato)

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