As ações da BRF (BRFS3 (SA:BRFS3)) e da Marfrig (SA:MRFG3) dispararam no pregão desta quarta-feira (2). Uma compra de ações entre as empresas foi o catalisador dessa alta.
A Marfrig solicitou ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) a aprovação da compra de 24% das ações da BRF, feita no mês passado. O processo de autorização pode demorar até 30 dias.
No momento da escrita deste texto, as ações da BRF operam em forte alta de 3,47%, aos R$ 29,21. A Marfrig, cujas ações chegaram a disparar quase 6%, valorizou-se 2,92%, valendo R$ 19,01%.
Fusão bem-sucedida após dois anos
Não é a primeira vez que Marfrig e BRF tentam unir forças no mercado. Uma tentativa de fusão foi realizada pelas empresas em 2019, mas não teve êxito.
A operação realizada este ano não se trata de uma fusão total, mas sim uma aquisição de ações por parte de uma das empresas com a outra. No pregão da terça-feira (1), foram vendidas 23,5 milhões de papéis da BRF, a R$ 28,75.
O valor representava 2,89% das ações da empresa e fez as negociações irem à leilão. Ao final do pregão, o papel da BRFS3 saltou 9,55%.
Operadores das mesas de renda variável observaram que o lote ofertado hoje foi muito parecido ao feito pela Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil (SA:BBAS3) em 22 de maio. Foram vendidas 24 milhões de ações, ao preço de R$ 27,15, em uma estratégia coordenada pela Marfrig com o J.P. Morgan.
Aquisições entre frigoríficos é comum
Há um fato curioso na aquisição das ações da BRF, cuja origem também remete a uma fusão. A empresa foi criada em 2013 após a união entre a Sadia e a Perdigão, que foram as maiores empresas de carnes do Brasil.
A operação foi anunciada em 2009 e aprovada pelo CADE apenas em 2013. Ela foi concluída em 12 de junho de 2013. Concluído o processo, Sadia e Perdigão encerraram as atividades como empresas e tornaram-se marcas do portfólio da BRF.