Por Julien Ponthus e Danilo Masoni
LONDRES/MILÃO (Reuters) - A bolsa italiana foi um ponto fraco no mercado acionário europeu nesta terça-feira diante do aumento da ameaça de repetição da eleição, enquanto resultados corporativos e negociações geraram alguns grandes movimentos individuais.
O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,04 por cento, a 1.528 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 0,13 por cento, a 390 pontos depois de ter passado a maior parte do dia em território negativo.
O índice italiano FTSE MIB perdeu 1,64 por cento, em meio a preocupações de turbulência política na terceira maior economia da zona do euro.
Os bancos italianos exerceram o maior peso, com perdas de 2,1 por cento. A petroleira estatal Eni recuou 2,6 por cento.
"Não é um bom dia para os ativos italianos. Os mercados estão começando a sentir a pressão das eleições", disse Carlo Franchini, diretor de clientes institucionais do italiano Banca Ifigest.
O presidente Sergio Mattarella pediu na segunda-feira que os partidos italianos se unam em busca de um "governo neutro". As duas maiores legendas da Itália, a Liga, da extrema-direita, e o Movimento 5 Estrelas, anti-establishment, rapidamente se posicionaram contra a proposta, aumentando a probabilidade de um retorno imediato sem precedentes às urnas.
O mercado acionário italiano superou seus pares europeus neste ano, mas vários analistas alertaram que o risco político não estava precificado pelo mercado. Na segunda-feira, o FTSE MIB terminou em seu maior nível desde outubro de 2009.
No restante da Europa, os resultados corporativos do primeiro trimestre e as fusões e aquisições provocaram movimentos bruscos nos preços individuais, enquanto os investidores se preparavam para a decisão de Donald Trump sobre a retirada dos EUA do acordo nuclear com o Irã.
O anúncio é esperado após o fechamento do mercado e pode afetar o fornecimento global de petróleo. Os preços do petróleo bruto estão na máxima em mais de três anos.
As ações da fabricante de aparelhos auditivos dinamarquesa William Demant tiveram o pior desempenho do STOXX, caindo 9,5 por cento após o alerta de que uma demanda menor pesaria sobre as vendas.
O grupo de correio e logística alemão Deutsche Post não atendeu as expectativas de lucro do primeiro trimestre e suas ações recuaram 7 por cento.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,02 por cento, a 7.565 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,28 por cento, a 12.912 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,17 por cento, a 5.521 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,64 por cento, a 24.142 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,27 por cento, a 1.168 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 valorizou-se 0,21 por cento, a 5.539 pontos.