Washington, 1 dez (EFE).- As vendas de automóveis nos Estados
Unidos tiveram uma leve melhora em novembro, evidenciando as
dificuldades do setor para se recuperar após a crise de demanda
iniciada no final de 2008.
Por mais um mês, a montadora que mais sofreu para tentar sair do
buraco da crise financeira foi a Chrysler, cuja demanda caiu 25% em
relação a novembro do ano passado.
A terceira maior montadora dos EUA, que é administrada pela
italiana Fiat desde que saiu da concordata, em maio, disse que em
novembro suas vendas caíram para 63.560 veículos, 22 mil a menos do
que há um ano.
Para tentar deter as perdas, a Chrysler anunciou hoje uma nova
rodada de incentivos com os quais tentará atrair mais motoristas
para suas concessionárias, desde financiamento a 0% durante 60 meses
até dinheiro, de US$ 2 mil a US$ 4 mil dependendo do modelo.
As outras duas grandes montadoras americanas tiveram mais sorte.
A General Motors (GM) reportou perdas de apenas 2,2% nas vendas,
enquanto a Ford disse que suas vendas de automóveis se mantiveram
nos mesmos níveis de um ano atrás.
Em números, a GM vendeu 151.427 veículos e a Ford, 123.167.
Entre os fabricantes estrangeiros, a Toyota terminou o mês com
alta de 2,6% em suas vendas e com 133.700 veículos a mais na rua,
enquanto a Nissan disse que suas vendas aumentaram 20,8% (56.288
unidades), enquanto as da Honda caíram quase 3%.
Mas quem realmente se saiu bem em novembro foi, novamente, a
sul-coreana Hyundai-Kia. Segundo a companhia, suas vendas da marca
Hyundai cresceram 46% em comparação com as do mesmo mês de 2008 e
totalizaram 28.045 unidades.
A marca Kia teve um aumento de vendas de 18,3% com a venda de
17.955 unidades.
Neste ano, a demanda por veículos da Hyundai cresceu 6,2%,
chegando a 401.267 veículos, e a da Kia, 7,8%, para 279.015. Mesmo
assim, os sul-coreanos esperavam mais do penúltimo mês de 2009.
"Embora continuemos tendo lucros substanciais e um crescimento
sustentado da fração de mercado, a verdade é que esperávamos que a
economia e o conjunto do setor tivessem se recuperado um pouco mais
do que estamos vendo atualmente" disse em comunicado Dave Zuchowski,
vice-presidente de Vendas da Hyundai nos EUA.
Neste sentido, a GM disse que a economia americana está se
"fortalecendo", o que é um sinal esperançoso para o futuro.
"Estimamos que a construção de imóveis provavelmente crescerá até
650 mil unidades no final de 2010, o que terá um efeito positivo na
economia e também ajudará a melhora das vendas de picapes leves",
disse Mike DiGiovanni, diretor-executivo de Análise de Mercados da
GM.
A melhora das perspectivas para 2010 permitiu que a Ford
anunciasse hoje que planeja produzir 550 mil veículos na América do
Norte no primeiro trimestre desse ano, praticamente 200 mil unidades
(58%) a mais do que no primeiro trimestre de 2009.
Da mesma forma, a GM disse que pretende fabricar 650 mil veículos
no primeiro trimestre do próximo ano, 75% a mais do que nos três
primeiros meses de 2009.
O grupo Honda também disse que está observando uma crescente
recuperação do interesse dos consumidores na medida em que a crise
econômica perde força.
"Estamos observando oportunidades de crescimento em diversas
áreas do mercado. Estamos voltando a ver consumidores interessados
em vários segmentos, incluindo o das picapes leves" afirmou John
Mendel, vice-presidente executivo de Vendas de Honda nos EUA. EFE