BERLIM (Reuters) - A chanceler alemã, Angela Merkel, cujos conservadores estão atrás nas pesquisas sobre uma eleição que a substituirá no final deste mês, mirou o candidato do Partido Social-Democrata (SPD) nesta terça-feira por ele não descartar uma coalizão com a extrema-esquerda.
Depois de 16 anos no poder, os conservadores de Merkel encaram uma derrota. Nesta semana, uma pesquisa mostrou que o PSD de centro-esquerda tem uma vantagem de 5 pontos, e outra feita logo depois de um debate televisionado no domingo indicou que o candidato a chanceler do SPD, Olaf Scholz, derrotou os concorrentes.
Pesquisas levam a crer que Scholz tem várias rotas possíveis para formar uma coalizão. Mas, ao ser pressionado durante o debate, ele não descartou categoricamente uma coalizão com o partido de extrema-esquerda Linke. Conservadores dizem que isto significaria uma grande guinada em relação à tradição de centro da Alemanha.
"Comigo como chanceler, jamais haveria uma coalizão na qual o Linke está envolvido, e veremos se esta (postura) é compartilhada por Olaf Scholz ou não", disse Merkel em uma coletiva de imprensa com o chanceler austríaco, Sebastian Kurz.
"Neste contexto, existe uma diferença enorme entre ele e eu para o futuro da Alemanha", acrescentou ela a respeito de Scholz.
No poder desde 2005, Merkel pretende deixar o cargo após a eleição. O candidato a chanceler dos conservadores, Armin Laschet, não consegue convencer o eleitorado.
(Por Paul Carrel)