Berlim, 15 mai (EFE).- A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, assumiram nesta terça-feira publicamente suas responsabilidades comuns ao expressar sua vontade de trabalhar unidos e lançaram sua primeira mensagem à Grécia, país que desejam manter na zona do euro.
O desejo comum da França e Alemanha "é trabalhar juntos pelo bem da Europa, de modo que levemos conosco todos os países da Europa", declarou Hollande, enquanto Merkel assinalou que, "de qualquer maneira, ambos encontraremos boas soluções".
O presidente francês reiterou que o pacto fiscal da UE seja enriquecido com medidas para fomentar o crescimento e pediu que a cúpula informal da UE do próximo dia 23 aborde inclusive a iniciativa para a criação dos chamados eurobônus - bônus financeiros comuns do bloco -, rejeitados até agora taxativamente por Merkel.
"Queremos que a Grécia permaneça no euro. Sabemos que a maioria dos gregos quer o mesmo", declarou Merkel no primeiro discurso conjunto entre ela e o novo líder francês após uma primeira reunião na Chancelaria Federal.
"Queremos que a Grécia permaneça no euro. Sabemos que a maioria dos gregos quer o mesmo", declarou Merkel no primeiro discurso conjunto entre ela e o novo líder francês após uma primeira reunião na Chancelaria Federal, poucas horas depois de Hollande tomar posse como presidente e após a notícia de que haverá novas eleições na Grécia.
Já Hollande lembrou que a Grécia assumiu compromissos que "devem ser cumpridos", mas ressaltou que a Europa está disposta a tomar medidas para que o país volte ao caminho do crescimento.
Tanto Merkel como Hollande destacaram que "respeitam" a decisão da Grécia de realizar novas eleições e o presidente francês insistiu várias vezes em seu desejo de enviar um "sinal" ao povo grego de que "queremos ajudá-los a ficar no euro".
A chanceler alemã destacou que um dos motivos para a criação do euro foi transformar a União Europeia (UE) em um processo de integração "irreversível". Em sua visão, a moeda única "não é só um projeto monetário, mas político".
Hollande reiterou ainda sua exigência imposta durante a recente campanha eleitoral para o pleito presidencial francês de renegociar o pacto fiscal da UE e complementá-lo com medidas para fomentar o crescimento e a criação de emprego.
Nesse sentido, ele ressaltou que Alemanha e França estudarão em conjunto ideias e propostas a respeito e buscarão a maneira de aplicá-las legalmente.
Perguntada se tinha temores sobre as exigências feitas por Hollande durante a campanha eleitoral na França, Merkel respondeu que raramente sente medo, pois o considera um "mau conselheiro na política".
O novo presidente francês ressaltou a importância das relações entre Alemanha e França para ambos os países e a Europa e ressaltou que, diferenças à parte, são "estreitas, equilibradas e de respeito mútuo", além de classificá-las como "constante" histórica.
Alemanha e França "têm a vontade de trabalhar unidas", declarou Hollande, que expressou sua intenção de transmitir a continuidade das relações bilaterais, mas "sem esconder nada".
Hollande comentou que a responsabilidade dos dois dirigentes é resolver juntos os problemas, levar a Europa para frente e enfrentar os desafios do mundo.
Perguntado sobre a situação econômica da França, o presidente francês respondeu que seu país e a Europa precisam de crescimento, pois, sem ele, segundo o novo líder, não é possível pagar as dívidas nem reduzir o déficit.
Pouco antes do primeiro encontro bilateral e da entrevista conjunta, a chanceler alemã, Angela Merkel, havia recebido François Hollande com honras militares em sua chegada à Chancelaria Federal.
Hollande chegou à sede do governo alemão com uma hora e 15 minutos de atraso, pois seu avião, depois de decolar, foi atingido por um raio e o líder teve de retornar a Paris para trocar de aeronave.
"Ainda assim é um bom sinal", disse Merkel ao comentar o incidente com o raio no início da entrevista coletiva, após a qual tiveram um jantar de trabalho - Hollande, em seguida, voltará a Paris.
O político socialista chegou à capital alemã em sua primeira visita ao exterior poucas horas após ser investido como sétimo chefe de Estado da Quinta República Francesa. EFE