SÃO PAULO (Reuters) - Trabalhadores da General Motors (NYSE:GM) no Estado de São Paulo decidiram entrar em greve por tempo indeterminado a partir desta segunda-feira, em protesto contra demissões comunicadas pela companhia aos funcionários durante o final de semana, informaram entidades sindicais.
Metalúrgicos das fábricas da GM em São Caetano do Sul, principal da companhia em São Paulo, São José dos Campos e Mogi das Cruzes aprovaram paralisações em assembleias realizadas entre o final de semana e esta segunda-feira, disseram sindicatos das três cidades.
Procurada, a GM não comentou o assunto além da divulgação de uma nota em que afirma ter tido que "adequar seu quadro de empregados nas fábricas de São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes" em função da "queda nas vendas e nas exportações".
Nem a empresa, nem as entidades sindicais informaram o número de demitidos pela montadora norte-americana.
Segundo o sindicato de São José dos Campos, a fábrica da GM na região possui cerca de 4 mil trabalhadores, sendo que 1.200 estão em suspensão de contratos de trabalho, o chamado "layoff". A fábrica produz a picape S10 e o utilitário Trailblazer, além de motores e transmissões. A entidade afirmou que a paralisação significa que 150 veículos por dia deixarão de ser produzidos na unidade.
Em uma estratégia conjunta, os sindicatos das três fábricas divulgaram comunicado em que afirmam "buscar negociação com a montadora para reverter as demissões e garantir os postos de trabalho", afirmou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos.
Em automóveis, a GM disputa a liderança em número de vendas no acumulado de janeiro ao final de setembro deste ano, segundo dados da associação de concessionárias Fenabrave. O modelo Onix soma vendas de 70.746 unidades (60.582 no mesmo período de 2022) ante 71.927 unidades do Volkswagen (ETR:VOWG) Polo. No segmento comerciais leves, os modelos Montana e S10 estão entre os 10 mais vendidos no período, somando 41.775 unidades.
No geral, a GM acumula vendas de 236.309 veículos no Brasil nos primeiros nove meses deste ano, próxima das duas primeiras colocadas - Fiat e Volkswagen. No mesmo período de 2022, a companhia vendeu 203.671 unidades, na vice-liderança do mercado no período.
A paralisação dos funcionários da GM em São Paulo ocorre em um momento em que metalúrgicos da companhia nos Estados Unidos filiados ao sindicato UAW também cruzaram os braços em algumas fábricas cobrando reajustes salariais de até 40%.
(Por Alberto Alerigi Jr.)