di Aida Pelaez-Fernandez
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México registrou cerca de metade de todas as ameaças digitais relatadas na América Latina no primeiro semestre deste ano, segundo levantamento da empresa de segurança eletrônica Fortinet, divulgado nesta quarta-feira.
O México tem passado por um boom de "nearshoring", tendência na qual as empresas transferem a produção para mais perto de seus principais mercados. Isso tem tornado o país um alvo para grupos que praticam crimes digitais e têm como alvo setores como logística e produção de automóveis e eletrônicos para maximizar o impacto e os benefícios de seus ataques.
Os hackers estão cada vez mais visando segmentos de mercado específicos para obterem pagamento de resgates maiores e também estão usando inteligência artificial para aumentar a eficiência, disseram os executivos da Fortinet.
O levantamento afirma que o México sofreu 31 bilhões de tentativas de crimes eletrônicos durante o primeiro semestre de 2024, ou 55% das tentativas na América Latina.
O México está enfrentando mais ataques do que o Brasil devido à sua proximidade e aos laços comerciais com os Estados Unidos, disse Jorge Miranda, chefe da Fortinet no México, durante apresentação do estudo.
As empresas associadas ao nearshoring estão sendo diretamente visadas por ataques de ransomware, que tentam obter pagamentos de resgate maiores, observou ele.
Embora os números do primeiro semestre no México possam parecer uma desaceleração em relação aos 94 bilhões de ataques em todo o ano de 2023, Miranda enfatizou que a taxa de crimes continua muito alta.
A Fortinet disse que espera que o México promulgue uma lei de segurança digital para se proteger contra ataques nos próximos um ou dois anos. A presidente Claudia Sheinbaum se comprometeu na semana passada a criar um centro de segurança cibernética e inteligência artificial durante seu mandato, mas não mencionou uma lei.