Investing.com – O mercado reagiu bem ao balanço do primeiro trimestre da Minerva (BVMF:BEEF3), líder na América do Sul em exportação de carne bovina in natura e seus derivados. Com impactos reduzidos após o embargo às vendas para o mercado chinês, diante do caso de vaca louca atípica registrado no país, a companhia conseguiu apresentar um lucro líquido de R$114 milhões entre janeiro e março, estável na comparação com o trimestre anterior – e uma melhora significativa frente ao prejuízo reportado entre outubro e dezembro, com resultado negativo de R$25,7 milhões.
Às 13h25 (de Brasília) desta quarta-feira, 10, as ações da Minerva subiam 4,60%, a R$9,55.
Enquanto isso, a receita bruta consolidada chegou a 6,8 bilhões, variação negativa de 10,7% frente a igual período do ano anterior, e o Ebitda alcançou R$531,9 milhões, recuo anual de 17,7%, com margem Ebitda de 8,3%. A alavancagem ficou estável em 2,6x dívida líquida/Ebitda LTM.
Segundo a Minerva, o início do ano foi de sólida performance operacional e financeira, ainda que diante dos desafios do cenário global. A empresa destacou em release de resultados sua diversificação geográfica, o que considera ter sido fundamental em meio às restrições ao mercado asiático quando as suspensões temporárias ocorreram, proporcionando “flexibilidade operacional e comercial, para que nos mantivéssemos atendendo à demanda dos clientes chineses, por meio de nossas operações na Argentina e no Uruguai”, conforme o documento.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado, a Ativa Investimentos avalia que a Minerva apresentou indicadores financeiros inferiores às projeções, mas as estimativas foram feitas antes do evento de vaca louca atípica no Brasil – o que resultou na suspensão de exportações à China.
“Diante das circunstâncias, a Minerva foi capaz de redirecionar suas exportações para plantas de outros países, diminuindo significativamente os impactos no trimestre. Dessa forma, consideramos os números bem razoáveis e esperamos que o próximo trimestre, mais limpo dos efeitos da suspensão, traga números ainda melhores”, pondera a Ativa.
Por outro lado, a Ativa afirmou como ponto de cautela a queima de caixa e da queda no preço médio na carne para exportações. “Entretanto, nos anima a evolução positiva do ciclo do boi vivo, aumentando sua disponibilidade, juntamente com a solidez da demanda chinesa”, completa o analista Pedro Serra. A Ativa possui classificação de compra para as ações, com preço-alvo de R$19,10.
Para a XP Investimentos (BVMF:XPBR31), os resultados da Minerva foram razoáveis, em linha com o esperado, e estabelecem referência elevada para os pares. “Como o primeiro frigorífico a reportar o 1T23 e o esperado impacto negativo da China, a Minerva reportou uma margem sólida e em linha com nossas expectativas de 8,3%”, apontam Leonardo Alencar e Pedro Fonseca. A Minerva conquistou manter as margens sólidas mesmo em um cenário desafiador com menor custo do gado. No entanto, os analistas também demonstraram receio com a queima de caixa, a partir de um cenário de crédito que afetou a linha de fornecedores no capital de giro.
A XP considera ainda que a perspectiva de retração na produção da commodity e tendência de alta na oferta no Brasil traz otimismo para os frigoríficos brasileiros. “Continuamos otimistas no curto prazo com a capacidade da Minerva de arbitrar suas geografias e com o ciclo favorável do gado para capturar a retomada da demanda da China”, detalha a XP.
A média das estimativas de analistas compiladas pelo InvestingPRO é de um preço-alvo de R$11,57, potencial de alta de 21,3%.