Bruxelas, 9 jul (EFE).- O ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, afirmou nesta segunda-feira que as entidades financeiras do país que solicitarem ajuda europeia para se recapitalizar precisarão fazer um complemento de capital, embora não tenha revelado o mínimo que será exigido.
A indicação foi feita antes da reunião de ministros do Eurogrupo, realizada hoje em Bruxelas. É previsto que o encontro defina detalhes do empréstimo europeu para bancos espanhois de até 100 bilhões de euros (quase R$ 259 bilhões). A aprovação oficial deve ocorrer no próximo dia 20 de julho, lembrou De Guindos.
O ministro espanhol explicou que as condições não serão "especialmente significativas", pois para as grandes entidades espanholas já é feito "rateio" de capital. Os bancos do país já em processo de recapitalização precisaram apresentar 9% de capital de máxima qualidade, por exigência da Autoridade Bancária Europeia.
O ministro explicou que as condições da ajuda europeia ao sistema bancário espanhol são de dois tipos: as que afetam as entidades que recebem injeção de capital e as genéricas.
As primeiras são similares às que foram impostas a outras entidades que solicitarem ajuda pública, enquanto as segundas têm condições mais gerais, dirigidas a todo o setor financeiro, como transparência ou supervisão. "Do ponto de vista da supervisão, não são especialmente significativas", afirmou o ministro.
Perguntado sobre incluir entre as condições uma medida para que os acionistas preferenciais assumam parte das perdas dos bancos, o ministro afirmou que "a princípio não há referência explícita sobre o assunto". Contudo, De Guindos explicou que essa é "uma obrigação exigida habitualmente quando há ajuda pública".
Quanto à possibilidade de criação de um banco podre para isolar os ativos imobiliários, o titular da pasta da Economia, se limitou a dizer que "o que está sendo analisado é a criação de companhias de gestão de ativos imobiliários, que receberiam aqueles ativos podres a preços ou avaliações razoáveis.
O ministro explicou que a medida estaria destinada a "sanear ou centrar a atividades dos bancos do que é fundamental: captar depósitos e dar crédito".
De Guindos disse ainda que existe "uma base de acordo grande" sobre a ajuda europeia à Espanha, apontando que a expectativa é de que ele seja firmado ainda hoje. "Posteriormente, haverá a formalidade do fechamento definitivo".
Sobre a ação para reduzir o déficit espanhol com prazos mais flexíveis - dar um ano a mais ao país, até 2014, para diminuir o déficit até 3% - o ministro apenas comentou que a Comissão Europeia fará sua proposta, analisando as consequências, enquanto a Espanha explicará as medidas que está tomando e pretende tomar. EFE
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