RIO DE JANEIRO (Reuters) - O modelo de negócios para a conclusão das obras da usina nuclear Angra 3, no Estado do Rio de Janeiro, deve ser concluído até o fim deste mês, disse nesta terça-feira o presidente da Eletronuclear, subsidiária da estatal Eletrobras (SA:ELET6), Leonam Guimarães.
O governo prevê lançar no segundo semestre o edital de concorrência internacional para a escolha de parceiro estratégico para a conclusão do empreendimento. A expectativa, segundo Guimarães, é que as obras sejam retomadas em 2020 e as operações da usina tenham início em 2026.
O executivo disse que as discussões do governo sobre a conclusão da obra incluem atualmente a possibilidade de um potencial novo sócio na usina ter uma participação direta na Eletronuclear ou a criação de uma sociedade de propósito específico (SPE).
"Ou a participação será direta na Eletronuclear ou será uma SPE a ser criada. As duas tem vantagens e desvantagens", disse Guimarães a jornalistas, evitando entrar em detalhes.
Empresas de vários países, como Rússia, China, Coreia, França, Japão e Estados Unidos estariam entre potenciais interessadas na conclusão da obra, que foi paralisada em 2015 após irregularidades descobertas pela operação Lava Jato e que levaram à prisão do então presidente Othon Luiz Pinheiro.
Guimarães ressaltou que a conclusão da obra demandará também um suporte financeiro.
O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr., estimou recentemente que o empreendimento ainda precisará de investimentos superiores a 15 bilhões de reais para ser concluído, além dos mais de 10 bilhões de reais já aportados até o momento.
Em abril, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que a norte-americana Westinghouse está interessada em participar da concorrência internacional que será lançada no Brasil para a escolha de um parceiro estratégico para a conclusão da usina nuclear de Angra 3.
(Por Rodrigo Viga Gaier)